Luzes e sombras das sociedades africanas : A exploração efectuada pelas multinacionais
(25/9/2009) A África é um continente riquíssimo. Mas os seus recursos ( petróleo,
gás , coltan, tanzanite, diamantes, ouro, só para citar alguns ) continuam a ser deturpados
por multinacionais europeias, asiáticas e americanas, cuja ingerência esmaga as empresas
locais e abala ulteriormente um quadro económico – institucional, já extremamente
instável e complexo. A pobreza de muitas populações é o produto de uma mistura entre
neocolonialismo das potencias económicas ( China e França em primeiro lugar) e e neo
patrimonialismo de muitos regimes africanos que portanto são em parte vitimas e responsáveis
do próprio subdesenvolvimento. Lideres de grupos locais transformam-se ( muitas vezes
precisamente em nome de acordos de natureza económica ou através de golpes de estado)
em actores políticos, sem contudo possuírem uma base de legitimação e consenso eleitoral.
Esta globalização das economias africanas ( precoce em relação ao desenvolvimento
politico) reduz os espaços e recursos disponíveis e faz emergir de novo particularismos
e rivalidades étnico – culturais. A maior parte das guerras civis que afligem a
África, de facto, devem-se precisamente a esta corrida ao açambarcamento dos recursos
energéticos.