MANAUS: CORPO DO MISSIONÁRIO ASSASSINADO PODE VOLTAR HOJE À ITÁLIA
Manaus, 24 set (RV) – O caso do assassinato do missionário italiano Rogério
Ruvolletto ainda permanece sem solução.
A Secretaria de Estado de Segurança
Pública divulgou ontem que a perícia realizada no quarto do padre italiano concluiu
que ele foi morto na mesma posição em que o corpo foi encontrado, ou seja, de joelhos,
e o tiro foi disparado à queima-roupa. As informações foram divulgadas pela Agência
de Comunicação do Estado.
De acordo com o titular da Delegacia Especializada
em Roubos, Furtos e Defraudações, Orlando Amaral, uma perícia descartou que o revólver
apreendido na terça-feira era a arma usada no crime. O revólver foi apreendido com
um adolescente solto ontem pela manhã.
Para o delegado Orlando Amaral, que
participa da força-tarefa que investiga o crime, a morte do missionário é um dos casos
mais complicados em que ele já atuou: "Não dá para afirmar se foi homicídio ou latrocínio.
Não há provas consistentes de que os suspeitos que foram ouvidos até agora têm relação
com o crime" – declarou o delegado, citado pelo "Diário do Amazonas", acrescentando
que os criminosos não deixaram nenhum vestígio no quarto onde o padre foi morto.
Quatro
suspeitos já foram ouvidos pela polícia. A família do padre aguarda a documentação
do Consulado da Itália, em Recife (PE), para transportar o corpo para ser enterrado
em sua terra natal. A arquidiocese metropolitana de Manaus divulgou que o translado
pode ocorrer ainda hoje.
O governador do Estado do Amazonas, Carlos Eduardo
de Souza Braga, condenou o assassinato. Em passagem por Roma, ele concedeu com exclusividade
uma entrevista ao Programa Brasileiro:
Por sua vez,
o presidente da Conferência Episcopal Italiana (CEI), Cardeal Angelo Bagnasco, também
comentou o caso:
"A morte do missionário foi um delito que, por um lado, aponta
o crescente clima de violência em que está exposta aquela importante região do Brasil
e, do outro, confirma os perigos aos quais está exposto o trabalho missionário" –
afirmou o cardeal, em discurso no Conselho Permanente da CEI. (BF)