Na sede da ONU, em Nova Iorque, a conferência climática não convenceu e deixou divergências
entre países desenvolvidos e em desenvolvimento
(23/9/2009) Na cimeira sobre o clima na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque,
o presidente norte-americano pediu a países emergentes como a China e a Índia que
façam também a sua parte e adoptem medidas vigorosas contra o aquecimento global.
"A ameaça das mudanças climáticas é grave, é urgente e aumenta", declarou Barack
Obama, perante dezenas de dirigentes mundiais reunidos em Nova Iorque. Se a comunidade
internacional não agir de forma "audaciosa, rápida e em conjunto", as gerações futuras
caminham para "uma catástrofe irreversível", advertiu o presidente dos EUA, um dos
países mais poluidores. Obama reconheceu que num momento em que as negociações
internacionais parecem num impasse "não há que ter ilusões, o mais difícil continua
por fazer" até à conferência de Copenhaga. Esta cimeira foi convocada pelo secretário-geral
das Nações Unidas, Ban Ki-moon, numa tentativa de dar novo impulso político ao processo
de preparação de um novo acordo global para substituir o Protocolo de Quioto que deverá
sair da reunião de Copenhaga, com compromissos específicos para a redução de emissões
de gases com efeito de estufa. O mundo tem onze semanas para fazer o trabalho
de casa e chegar à cimeira de Copenhaga (7 a 18 de Dezembro) em condições de aprovar
o sucessor do Protocolo de Quioto, que expira em 2012. Mas as divergências entre países
desenvolvidos e em desenvolvimento continuam a impedir o avanço das negociações.
A
esta cimeira na sede da ONU em Nova Iorque, o Presidente chinês Hu Jintao trouxe esperança
ao anunciar que aceita reduzir “consideravelmente” o aumento das emissões de dióxido
de carbono (CO2) até 2020, comparativamente a 2005. O dirigente explicou que vai reduzir
a quantidade de gases com efeito de estufa produzidos por cada dólar do seu Produto
Interno Bruto (PIB) até 2020.
A estratégia climática da China, o maior
poluidor do mundo, inclui ainda o desenvolvimento, “de forma vigorosa, das energias
renováveis e energia nuclear. Ban Ki-moon, secretário-geral da ONU que em varias
ocasiões salientou a lentidão das negociações, alertou na abertura da conferência,
que um fracasso em Copenhaga será “moralmente indesculpável, pouco sensato economicamente
e politicamente desaconselhável”.