Mortalidade infantil em Angola continua entre as mais altas do mundo
(23/9/2009) Mil e 400 mulheres morrem em cada 100 mil partos de bebés nascidos vivos
em Angola, cifra das mais altas do mundo num dos países que é igualmente dos mais
ricos. Fonte do Ministério da Saúde (MINSA) disse à Angop que a taxa de mortalidade
de crianças abaixo dos cinco anos é de 158 em mil nados vivos, também uma das mais
altas do mundo.
Um número relativamente reduzido de doenças como a malária,
as diarreias agudas, as infecções respiratórias, o sarampo e o tétano neo-natal são
responsáveis por 60 por cento das mortes entre crianças abaixo dos cinco anos de idade.
Angola precisa baixar estes índices rapidamente para níveis aceitáveis,
visando por um lado alcançar os objectivos quatro e cinco de desenvolvimento do milénio,
subscritos pela ONU, onde se propõe reduzir em dois terços a mortalidade infantil
e reduzir para três quartos a taxa de mortalidade materna até 2015.
Uma
outra explicação da escassa prestação do sector sanitário de Angola foi a destruição
massiva das infra-estruturas da saúde (mais de 65 porcento) durante os longos anos
de guerra. A maior parte do pessoal refugiou-se em Luanda e nas outras grandes cidades,
onde se estabeleceram 70 por cento dos médicos, 30 por cento do pessoal de enfermagem
e 45 por cento do restante pessoal paramédico.
Como consequência, a cobertura
dos serviços sanitários de base é baixa e a maioria da população não é servida por
eficientes serviços de assistência primária.
Angola tem somente oito médicos
para 100 mil habitantes, uma média aquém de alguns países africanos.
O
resultado combinado destes factores é que 60 por cento da população não tem ainda
acesso aos serviços primários de saúde, acrescendo o facto de o governo desenvolver
a assistência em estruturas grandes e fixas e a experiência hoje mostra que esses
serviços devem ser completados com serviços fornecidos localmente, daí a importância
do agente comunitário e, consequentemente, a necessidade da revitalização dos serviços
municipais de saúde.