Semana crucial para o presidente dos EUA, Barack Obama
(21/9/2009) O presidente dos EUA, Barack Obama, começa hoje uma semana crucial: vai
debutar na ONU, tentará impulsionar o processo de paz no Médio Oriente e presidirá
à cimeira do G20 (países desenvolvidos mais as principais nações emergentes). Após
semanas a debater a saúde doméstica, Obama vai discutir matérias como as mudanças
climáticas, a proliferação nuclear e a regulação do sistema financeiro. Dará ainda
especial atenção às reuniões de amanhã com o primeiro-ministro israelita, Benjamin
Netanyahu, e o presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, Mahmoud Abbas. A reunião
entre os três ocorrerá à margem da Assembleia-Geral da ONU e será antecedida por encontros
privados de Obama com cada qual, para "acordar as bases do relançamento das negociações
e criar um ambiente positivo", segundo o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs. Contudo
Israel e a Autoridade Palestiniana advertiram já que a cimeira tripartida anunciada,
não vai conduzir a um reinício das negociações de paz. Num comunicado divulgado
em Jerusalém, o gabinete de imprensa do governo israelita classifica a reunião tripartida,,
como um "encontro preliminar" que permitirá acordar as bases para posteriores reuniões. Na
mesma linha, o porta-voz de Mahmud Abbas, afirmou em Ramallah que o presidente da
Autoridade Palestiniana vai a Washington para apoiar os esforços de Obama em favor
da paz no Médio Oriente, mas que a cimeira não implica o "tiro de partida" para o
reinício do diálogo, suspenso desde finais de 2008. A condição palestiniana para
voltar à mesa das negociações continua a ser a suspensão total da construção de colonatos
judeus em Jerusalém leste e na Cisjordânia. O líder do governo do Hamas na Faixa
de Gaza, Ismail Haniyeh, afirmou por seu lado que a reunião de Washington será inútil
e advertiu que o movimento radical, que controla a Faixa de Gaza desde Junho de 2007,
não se sente obrigado a respeitar eventuais concessões que Abbas venha a fazer a Israel. O
programa nuclear iraniano é outro assunto na agenda norte-americana. Washington pressiona
o Irão para que aceite a oferta de diálogo apresentada com a China, a Rússia, o Reino
Unido, a França e a Alemanha. A embaixadora dos EUA na ONU, Susan Rice, já disse que
Obama também tratará da matéria quer nos encontros bilaterais, quer na primeira reunião
do Conselho de Segurança da ONU a que presidirá desde que tomou posse. Obama reunirá
com o homólogo russo, Dmitri Medvedev, com quem abordará a decisão de abandonar o
escudo antimísseis que George W. Bush pretendia instalar na Europa Central, principal
empecilho nas relações russo-americanas