NIGÉRIA: LIBERDADE RELIGIOSA PRETEXTO PARA A PERSEGUIÇÃO
Roma, 21 set (RV) – Os bispos da Nigéria divulgaram um comunicado no qual consideram
imperdoável o pretexto da “liberdade religiosa” por parte de alguns grupos para “perseguir
a outros nigerianos de convicções religiosas diversas” e assinalaram que “na raiz
de nosso sofrimento está a ausência de uma justa relação entre nós e Deus”.
Segundo
informa a agência vaticana Fides, os prelados emitiram o comunicado após a conclusão
da segunda reunião plenária da Conferência Episcopal da Nigéria, realizada em Kafanchan,
Kaduna, de 7 a 12 de setembro, sobre o tema “Conversão para a justiça e a reconciliação”.
Os
bispos escreveram que alguns nigerianos interpretam mal seu direito à religião “como
o direito de perseguir a outros nigerianos de convicções religiosas diferentes”; e
advertiram que “o direito a propagar uma religião não se deve exercer de modo que
viole os direitos de pessoas de outras religiões. Deploramos o uso e abuso da religião
para pisar nos direitos de outros”.
Os bispos lamentaram ainda “a perda de
vidas humanas e os enormes danos materiais causados pela seita religiosa Boko Haram”
que ataca em particular contra as instruções de tipo ocidental; e criticaram a inação
das autoridades.
Os prelados expressam também sua “tristeza e desilusão” porque
“apesar do conhecimento da existência e os planos da seita Boko Haram, e apesar dos
relatórios apresentados às autoridades competentes, a inércia do governo permitiu
à seita de destruir mais de 2.000 vidas antes que a insurreição fosse suprimida”.
“Não temos uma democracia digna deste nome se o governo não consegue proteger a vida
e as propriedades dos cidadãos”, acrescentam.
Depois de recordar que a origem
do mal está no pecado, os bispos nigerianos asseguram que “sem a força que vem do
alto não pode haver uma verdadeira conversão. Temos que confiar nosso país nas mãos
de Deus”, concluíram. (SP)