EDITORIAL: UM FUTURO INCERTO PARA OS CRISTÃOS NA TERRA SANTA

Roma, 19 set (RV) - O Santo Padre recebeu em audiência na manhã deste sábado, em Castel Galdolfo, sete patriarcas católicos, entre os quais o patriarca maronita, Cardeal Nasrallah Pierre Sfeir e o patriarca latino de Jerusalém, Dom Fouad Twal. Um dos temas do encontro foi a inquietação dos cristãos no Oriente Médio. Já nos dias passados o Patriarca Twal, falando em Londres chamou a atenção para o futuro dos cristãos na Terra Santa: ele falou de um futuro incerto, a menos que os cristãos do resto do mundo gerem iniciativas concretas para sustentá-los. O Prelado assinalou ainda que a emigração reduziu drasticamente o número de cristãos em Israel e na Palestina.

Atualmente, entre os 6 milhões e meio de habitantes de Israel há 1 milhão e 250 mil muçulmanos e apenas 162 mil cristãos, metade deles católicos. Os dados falam por si só. O futuro dos cristãos na Terra Santa está ameaçado, e ainda mais se se perdura o conflito entre israelenses e palestinos. O que também chama a atenção é que a peregrinação realizada pelo Papa Bento XVI em maio último ainda não deu resultados esperados pelas minorias. “Temos uma geração de cristãos – disse o Patriarca - que não pode nem mesmo visitar os Lugares Santos da sua fé que estão a uns poucos quilômetros de suas casas”, isso por causa dos muros e das barreiras.

A ferida aberta pela violência e pelo conflito, agrava o problema da migração, que inexoravelmente priva a minoria cristã de seus melhores recursos para o futuro. A terra que foi berço do cristianismo corre o risco de ficar sem cristãos.

Neste contexto, é necessário confirmar a fé das comunidades cristãs, coisa que Bento XVI tem muito presente, confortando constantemente os cristãos e todos os habitantes da Terra Santa com palavras e gestos de extraordinária atenção, como foi a sua peregrinação do mês de maio para confirmá-los na fé seguindo as pegadas históricas de Jesus.  E o Papa demonstra mais uma vez o seu afeto pelos habitantes daquela terra convocando para o mês de outubro do próximo ano uma Assembléia Especial do Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio sobre o tema, ”A Igreja católica no Oriente Médio: comunhão e testemunho: “A multidão dos que haviam acreditado era um só coração/a> e uma só alma/a>.” (At 4,32).
Na sua visita o Papa Bento XVI semeou muitas coisas; semeou paz, diálogo e reconciliação. Esperamos que essas sementes possam dar frutos, pelo bem de todos os habitantes e pelo bem da paz de uma terra que todos chamam de Santa. (SP)