VIOLÊNCIA: IGREJA EM UGANDA PEDE CALMA À POPULAÇÃO
Campala, 18 set (RV) – Em nome de 300 líderes religiosos de Uganda, o arcebispo
de Campala, Dom Cyprian Kizito Lwanga, lançou um apelo à calma, depois das violências
que se registraram na capital ugandense nos últimos dias.
Pelo menos 21 pessoas
morreram entre quinta-feira (10) e domingo (13) em confrontos entre policiais e partidários
do Rei Ronald Muwenda Mutebi II. O soberano é expoente de Buganda, um dos quatro antigos
reinos do país, abolido em 1966 e readmitido 16 anos atrás, mas somente com funções
de representação.
Todavia, os partidários entram com frequência em contraste
com o presidente ugandense, Yoweri Museveni, porque exigem mais poder e a restituição
das terras confiscadas 23 anos atrás. Neste contexto, Dom Kizito Lwanga lançou o apelo
à paz, durante uma conferência organizada pelo Conselho Inter-religioso de Uganda,
sobre o tema “A reconciliação nacional duradoura, a justiça e a paz”.
“Enquanto
líderes religiosos – declarou o arcebispo –, nós rejeitamos profundamente os atos
de violência que ocorreram na capital e que são uma vergonha para o nosso país."
"A
violência gera violência – afirmou por sua vez o arcebispo de Gulu, Dom John Baptist
Odama – e provoca não somente a morte das pessoas, mas também a destruição da nação",
acrescentando que quem quer a violência comete um ato de sabotagem contra o desenvolvimento
pacífico do país.
Todos os líderes religiosos concordaram sobre a possibilidade
de serem mediadores entre o governo e o reino de Baganda e se declararam disponíveis
para encontrar as autoridades políticas.
Por sua vez, o representante de Baganda,
presente na conferência, convidou os jovens do reino a permanecerem calmos e absterem-se
da violência: "Não resolveremos a questão com confrontos, mas com uma atitude pacífica".
(BF)