Genebra, 18 set (RV) - Cerca de 250.000 crianças-soldado ainda combatem em
exércitos ou grupos armados. Este é dado contido no relatório exposto na quarta-feira,
em Genebra (Suíça), aos representantes de 47 países-membros do Conselho de Direitos
Humanos da ONU.
Em relação a cinco anos atrás, o número diminuiu, quando os
menores obrigados a combater eram estimados em 300.000.
Apesar da tendência
positiva, a representante especial no Conselho do secretário-geral da ONU, a cingalesa
Radhika Coomaraswamy, destacou que 2008 e 2009 foram anos muito difíceis para as crianças
nos conflitos armados.
Com o seu país, o Sri Lanka, ela citou Paquistão, República
Democrática do Congo, Iraque, Afeganistão e a Faixa de Gaza como os países que mais
utilizam crianças em conflitos. "A natureza dos conflitos está se aperfeiçoando cada
vez mais e os civis estão com sempre mais frequência na linha de frente. As crianças
estão sofrendo as consequências de uma maneira mais brutal do que nunca" – afirmou
Radhika, citada pelo jornal vaticano, L'Osservatore Romano.
Ela se referiu
em especial ao deslocamento forçado de populações e às detenções sempre mais numerosas
no âmbito da luta ao terrorismo. No geral, Radhika confirmou que a tragédia das crianças-soldado
permanece sem solução. Apesar de o Conselho de Segurança das Nações Unidas ter condenado
o envolvimento de crianças nos conflitos, alguns Estados bloquearam qualquer progresso
real, impedindo punições concretas para os responsáveis. (BF)