2009-09-14 11:41:18

SANTA SÉ: GARANTIR ACESSO DAS CRIANÇAS AOS MEDICAMENTOS


Poznan, 14 set (RV) - "Existe o risco de um desastre humanitário e de um colapso mundial do sistema de saúde." Esta é a grave preocupação do papa expressa ontem pelo presidente do Pontifício Conselho da Pastoral para os Agentes de Saúde, Arcebispo Zygmunt Zimowski, durante o Congresso Mundial da Federação Internacional de Farmacêuticos Católicos.

O evento, que se conclui hoje em Poznan, na Polônia, debate o tema: "A segurança do medicamento: ética e consciência para o farmacêutico".

O prelado lançou um apelo para que o acesso aos medicamentos seja garantido aos mais pobres, denunciando o fato de que, na atual crise econômica mundial, a assistência médica aos doentes em países em desenvolvimento, em especial às crianças, diminuiu ainda mais, com trágicas conseqüências.

"Em demasiadas regiões – disse –, faltam os remédios de primeira necessidade. Muitas vezes, por motivos econômicos, as doenças típicas de países em desenvolvimento são ignoradas porque, apesar de matarem milhões de pessoas, não constituem um mercado suficientemente rico."

Daqui provém o termo sintomático "orphan drugs" (fármacos órfãos), ou seja, os remédios que não se estudam, não se produzem e não se distribuem porque os potenciais compradores não têm a capacidade econômica para comprá-los. "Isso torna evidente que a saúde não é mais governada pela ética tradicional da medicina, mas pela lógica da indústria" – avaliou o arcebispo.

Outro problema relevado por Dom Zimowski é a falsificação de remédios, que atinge primeiramente as crianças. "Falsos antibióticos e falsas vacinas produzem graves repercussões sobre a saúde" – recordou. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 50% dos antimaláricos vendidos no mercado são falsos.

Aos farmacêuticos católicos, Dom Dom Zimowski recordou as palavras de João Paulo II, que dizia: "Na distribuição dos remédios, o farmacêutico não pode renunciar às exigências da sua consciência em nome das leis do mercado, nem em nome de legislações condescendentes. O lucro, legítimo e necessário, deve ser sempre subordinado ao respeito da lei moral e à adesão ao magistério da Igreja". (BF)







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