Congresso Mundial da Federação Internacional de Farmacêuticos Católicos, deixa um
alerta: risco de colapso mundial do sistema de saúde
(14/9/2009) "Existe o risco de um desastre humanitário e de um colapso mundial do
sistema de saúde." Esta é a grave preocupação do Papa expressa neste Domingo pelo
presidente do Conselho Pontifício da Pastoral para os Agentes de Saúde, Arcebispo
Zygmunt Zimowski, durante o Congresso Mundial da Federação Internacional de Farmacêuticos
Católicos. O evento, que se termina hoje em Poznan, na Polónia , debate o tema:
"A segurança do medicamento: ética e consciência para o farmacêutico". O prelado
lançou um apelo para que o acesso aos medicamentos seja garantido aos mais pobres,
denunciando o facto de que, na actual crise económica mundial, a assistência médica
aos doentes em países em desenvolvimento, em especial às crianças, diminuiu ainda
mais, com trágicas consequências . "Em demasiadas regiões – disse –, faltam os
remédios de primeira necessidade. Muitas vezes, por motivos económicos , as doenças
típicas de países em desenvolvimento são ignoradas porque, apesar de matarem milhões
de pessoas, não constituem um mercado suficientemente rico." Daqui provém o termo
sintomático "orphan drugs" (remédios órfãos), ou seja, os remédios que não se estudam,
não se produzem e não se distribuem porque os potenciais compradores não têm a capacidade
económica para os comprar. "Isso torna evidente que a saúde já não é governada pela
ética tradicional da medicina, mas pela lógica da indústria" – avaliou o arcebispo.
Outro problema salientado por D. Zimowski é a falsificação de remédios, que atinge
primeiramente as crianças. "Falsos antibióticos e falsas vacinas produzem graves repercussões
sobre a saúde" – recordou. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 50% dos antimaláricos
vendidos no mercado são falsos. os farmacêuticos católicos, D. Zimowski recordou
as palavras de João Paulo II, que dizia: "Na distribuição dos remédios, o farmacêutico
não pode renunciar às exigências da sua consciência em nome das leis do mercado, nem
em nome de legislações condescendentes. O lucro, legítimo e necessário, deve ser sempre
subordinado ao respeito da lei moral e à adesão ao magistério da Igreja".