Fidelidade, prudência e bondade - as características de quem exerce o sacerdócio de
Cristo: Bento XVI aos bispos por ele ordenados
( 12/9/2009) Fidelidade, prudência e bondade foram as três virtudes indicadas por
Bento XVI aos bispos ordenados neste sábado de manhã na basílica de São Pedro, como
devendo caracterizar quem exerce o ministério episcopal. Trata-se, sublinhou o Papa
na homilia, de serviço, não de domínio. Como disse Jesus: “O Filho do homem não veio
para ser servido, mas para servir e dar a própria vida em resgate por muitos”.
“Servir
e assim doar-se a si mesmo; ser não para si mesmo, mas para os outros, da parte de
Deus e em vista de Deus: é este o núcleo mais profundo da missão de Jesus Cristo e,
ao mesmo tempo, a verdadeira essência do seu Sacerdócio”.
Para Jesus, o título
de honra é o de “servo”. Ele realiza assim um volte-face dos valores, dando-nos uma
nova imagem de Deus e do homem.
Convidando a “contemplar, com os olhos do
próprio Jesus, a tarefa que os novos bispos estão chamados a desenvolver, Bento XVI
apontou então as três características do Servo de que fala Jesus:
“A primeira
característica que o Senhor requer do servo, é a fidelidade. Foi-lhe confiado um grande
bem, que não lhe pertence. A Igreja não é a nossa Igreja, mas a Sua, a Igreja de Deus.”
Observando que o servo deve prestar contas de como geriu o bem que lhe foi
confiado, o Papa exortou os novos bispos a não ligarem a si próprios as pessoas, a
não procurarem poder, prestígio, estima por si mesmos, conduzindo - isso sim – os
homens a Cristo, ao Deus vivo
“A segunda característica que Jesus requer
do servo, é a prudência. Aqui há que eliminar imediatamente um mal-entendido. A prudência
não é o mesmo que astúcia. Segundo a tradição filosófica grega, prudência é a primeira
das virtudes cardeais; indica o primado da verdade, que mediante a prudência
se torna critério do nosso agir”.
“A prudência – explicitou o Papa - exige
a razão humilde, disciplinada e vigilante, que não se deixa encadear por preconceitos;
não julga segundo desejos e paixão, mas procura a verdade – mesmo a verdade incómoda”.
Finalmente, a terceira característica:
“A terceira característica de
que fala Jesus nas parábolas do servo é a bondade: Servo bom e fiel… entra no gozo
do teu senhor”
Como Jesus observou ao jovem rico, em sentido pleno, só
Deus é bom. “É Ele o Bem, o Bom por excelência, a bondade em pessoa”. “A bondade pressupõe
sobretudo uma viva comunhão com Deus, uma crescente união interior com Ele”.