Fátima, 09 set (RV) - A Igreja não dá orientações eleitorais mas pede aos cristãos
que reflitam segundo seus valores e sua consciência cristã no momento de votar. Foi
o que disse ontem o porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, Padre Manuel Morujão,
na conclusão, em Fátima, da reunião do Conselho Permanente da Conferência Episcopal
Portuguesa. A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) divulgou uma nota pastoral sobre
esse assunto no último mês de Abril, com o título “O direito e o dever de votar”.
Padre Morujão frisou ainda ser um dever votar nas eleições mas aponta a necessidade
de “se votar segundo a consciência. Concretamente para cristãos, segundo a sua consciência
cristã”. “Seria uma contradição acreditar em valores familiares, matrimoniais, da
moral, da ética, na economia, e no momento da eleição votar contrariamente à própria
consciência.”
Em fase de pré-campanha eleitoral para as legislativas marcadas
para o dia 27 de setembro, os partidos políticos já apresentaram os programas que
levarão a sufrágio. O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa indicou então
que os eleitores, “olhando para os programas, podem perceber em quem votar”.
“Não
se trata de votar na direita, na esquerda ou ao centro, mas de votar segundo um programa
e os seus correspondentes valores, sendo coerente até ao fim”. Sem avaliar a evolução
do debate eleitoral, Padre Manuel Morujão destacou ser importante perceber se os mais
desprotegidos são privilegiados, se os valores éticos, nomeadamente a defesa do casamento
e da família, são defendidos nos debates.
Na agenda do Conselho Permanente
esteve ainda a preparação da Assembleia Plenária da Conferência Episcopal Portuguesa,
programada para entre os dias 9 a 12 de Novembro. Durante a Assembleia, será analisada
a pastoral da Igreja em Portugal. O porta-voz adiantou que os bispos vão repensar
a pastoral de forma a torná-la “mais organizada e unificada”. Já a Comissão Episcopal
das Missões prepara um documento sobre a dimensão missionária da Igreja. (SP)