Cracóvia, 08 set (RV) – Cristãos, judeus e muçulmanos; budistas, hinduístas
e xintoístas estão fazendo hoje, juntos, uma peregrinação ao campo de concentração
de Auschwitz-Birkenau. Em recordação das vítimas do Holocausto, e rezando para que
nunca mais se repita, todos estão respeitando o jejum do mês do Ramadã.
A
peregrinação consta do programa do evento promovido pela Comunidade de Santo Egídio
e pelo cardeal-arcebispo de Cracóvia, Stanislaw Dziwisz, desde domingo, para reviver
os encontros ecumênicos e inter-religiosos realizados por João Paulo II em Assis,
na Itália. A peregrinação de hoje simboliza a reconciliação e a paz, e manifesta a
rejeição a toda forma de violência e do uso da guerra como instrumento para a solução
de conflitos.
Depois de visitar as duas alas de dormitórios e o crematório,
os participantes se concentrarão diante da entrada do campo, de onde partirá uma marcha
silenciosa sobre os trilhos do trem. Representantes dos diversos grupos deporão vinte
e duas coroas de flores sobre as lápides do Memorial.
Em seguida, um dos momentos
mais tocantes: dois sobreviventes do Holocausto, o ex rabino-chefe de Israel, Isral
Meir Lau, e Ceija Stojka, cigana austríaca, darão seu testemunho.
Ao lado
do cardeal-arcebispo de Cracóvia, estão o presidente do Pontifício Conselho para os
Leigos, Cardeal Stanisław Ryłko, o cardeal-arcebispo de Nápoles, Dom Crescenzio Sepe,
o prefeito emérito do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Paul Poupard, além
do patriarca greco-melquita de Antioquia, Gregorios III Laham, entre outros.
O
evento se encerra oficialmente à tarde, após a procissão até a Praça do Mercado de
Cracóvia, com a proclamação e a assinatura do Apelo de Paz 2009.
O encontro
inter-religioso “O Espírito de Assis em Cracóvia” recorda também os 70 anos do início
da II Guerra Mundial e os vinte anos da queda do Muro de Berlim e dos regimes comunistas
na Europa Oriental. (CM)