Brasília, 08 set (RV) - A 15ª edição do Grito dos Excluídos, convocado pela
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e outros movimentos sociais, chegou
ontem às ruas, praças e igrejas de todo o país. A manifestação teve como lema “Vida
em primeiro lugar: a força da transformação está na organização popular”.
Além
da Pastoral Social da CNBB e outras pastorais, a coordenação nacional do Grito inclui
entidades como Cáritas, Movimento dos Sem-Terra (MST), Movimento dos Atingidos por
Barragens (MAB), Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, entre outros.
Os
brasileiros aproveitaram o dia livre, e conscientes do significado do 7 de setembro,
fizeram passeatas e protestos. Em Brasília, cerca de 50 estudantes que levavam faixas
pedindo a saída do presidente do Senado, José Sarney, foram impedidos pela polícia
de se aproximar do palanque da apresentação, realizada na Esplanada dos Ministérios.
Segundo o membro da coordenação nacional do Grito, Ari Alberti, este ano
houve manifestações do Grito em praticamente todo o território nacional, com exceção
do Acre, único Estado em que não houve atos organizados.
Em São Paulo, por
exemplo, a maior parte das atenções estiveram voltadas ao Santuário Nacional de Nossa
Senhora Aparecida, onde trabalhadores de todo país manifestaram contra a falta de
empregos e os salários baixos. Cerca de 85 mil pessoas compareceram ao evento popular
que atraiu caravanas do interior de São Paulo e de outros estados. Em frente à Basílica,
músicas e discursos se uniram ao apelo por melhores condições de trabalho no país.
Em São Paulo, também houve protesto do Grito dos Excluídos: a caminhada começou
domingo, na Paróquia de Perus, e percorreu diversos pontos da capital, até a missa
celebrada na manhã de ontem, na Catedral da Sé. Após o culto, os manifestantes se
dirigiram ao Monumento do Ipiranga.(CM)