2009-09-07 11:58:26

PAPA A BISPOS DO BRASIL: NO DESERTO DE DEUS, JOVENS TÊM SEDE DE TRANSCENDÊNCIA


Castel Gandolfo, 07 set (RV) – Bento XVI recebeu na residência pontifícia de Castel Gandolfo, 16 bispos dos Regionais Oeste 1 e 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que encerram amanhã sua visita ad Limina.

Em seu discurso, o papa afirmou que o encontro de hoje abre a "longa peregrinação" dos membros da CNBB, um momento "profundamente esperado" desde sua visita ao Brasil, em maio de 2007: "Durante a minha visita ao vosso país pude experimentar todo o carinho do povo brasileiro pelo Sucessor de Pedro e, de modo especial, quando tive a possibilidade de abraçar com o olhar todo episcopado desta grande nação no encontro na catedral da Sé, em São Paulo. Com efeito, só o coração grande de Deus pode conhecer, guardar e reger a multidão de filhos e filhas que Ele mesmo gerou na vastidão imensa do Brasil". RealAudioMP3

A seguir, o pontífice falou dos desafios e problemas pastorais dos dois Regionais, que correspondem aos Estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O primeiro deles é a distância que bispos, sacerdotes e missionários devem percorrer para levar a Boa Nova. O segundo, a carência de vocações. "Em nossos dias, e concretamente no Brasil, os trabalhadores na Messe do Senhor continuam a ser poucos para a colheita que é grande" – afirmou o papa, ressaltando como "essencial" uma adequada formação daqueles que são chamados a servir o Povo de Deus.

Citando o Ano Sacerdotal em andamento, Bento XVI fez algumas considerações a respeito dos novos pastores: "Há tantos que parecem querer consumir a vida toda em um minuto, outros que vagueiam no tédio e na inércia, ou abandonam-se a violências de todo gênero. No fundo, não passam de vidas desesperadas à procura da esperança".

O papa analisou algumas errôneas interpretações do Concílio Vaticano II, que deram lugar a uma auto-secularização de muitas comunidades eclesiais. Estas comunidades, "esperando agradar aos que não vinham, viram partir, defraudados e desiludidos, muitos daqueles que tinham". Passadas algumas décadas, este ambiente eclesial secularizado deu vida a uma nova geração que vê na sociedade o fosso das diferenças e contraposições ao Magistério da Igreja, sobretudo em campo ético.

"Neste deserto de Deus, a nova geração sente uma grande sede de transcendência" – avaliou o pontífice, afirmando que são os jovens desta nova geração que hoje "batem à porta do Seminário e que necessitam encontrar formadores que sejam verdadeiros homens de Deus, sacerdotes totalmente dedicados à formação, que testemunhem o dom de si à Igreja, através do celibato e da vida austera".

Por fim, Bento XVI recordou que é tarefa do Bispo estabelecer os critérios essenciais para a formação dos seminaristas e dos presbíteros na fidelidade às normas universais da Igreja. (BF)







All the contents on this site are copyrighted ©.