PAPA EXORTA IGREJA EM VITERBO A VIVER NA COMUNHÃO FRATERNA
Viterbo, 06 set (RV) - Bento XVI rezou a oração mariana do Angelus, deste domingo,
na esplanada do Vale Faul, em Viterbo, onde celebrou a santa missa por ocasião de
sua visita pastoral.
Na alocução que precedeu a oração mariana, o Santo Padre
ressaltou que há muitos séculos a diocese de Viterbo tem um forte vínculo de comunhão
e afeto com o Sucessor de Pedro. Bento XVI disse que percebeu esse laço afetivo visitando,
está manhã, a sala do Conclave, na residência dos papas, onde foram escolhidos cinco
pontífices. Viterbo foi sede papal de 1254 a 1281. Nesta cidade estão sepultados quatro
pontífices: João XXI, Alessandro IV, Clemente IV e Adriano.
Na província de
Viterbo nasceu São Leão Magno, que prestou um grande serviço à verdade na caridade,
por meio de um assíduo exercício da palavra testemunhado com os seus sermões e suas
cartas. Na localidade de Blera nasceu o Papa Sabiano, sucessor de São Gregório Magno
e em Canino nasceu o Papa Paulo III. E Bento XVI acrescentou: "Viterbo é chamada a
"Cidade dos Papas" e isso deve estimular vocês a viver e testemunhar a fé cristã,
a mesma fé pela qual deram a vida os santos mártires Valentino e Ilário, sepultados
na Catedral, primeiros de uma longa fileira de santos, mártires e bem-aventurados
desta terra."
O Santo Padre pediu aos fiéis suas orações para que possa desempenhar
com fidelidade e amor a missão de Pastor do rebanho de Cristo. O papa prometeu que
rezará pela Igreja em Viterbo a fim de que possa permanecer unida e viver na fraterna
comunhão, condições indispensáveis para oferecer ao mundo um testemunho evangélico
eficaz. A seguir o Santo Padre concedeu a todos a sua bênção apostólica.
Após
a oração mariana do Angelus, o papa saudou os participantes do Congresso Internacional
"Homens e Religiões", que tem início hoje em Cracóvia, na Polônia, e se concluirá
na próxima terça-feira, dia 8, sobre o tema "Fé e culturas em diálogo".
Líderes
religiosos, chefes de Estado, homens e mulheres de cultura foram convidados pela arquidiocese
de Cracóvia e pela Comunidade Romana de Santo Egídio a participar do encontro e recordar
os 70 anos do início da II Guerra Mundial, e os vinte anos da queda do Muro de Berlim
e dos regimes comunistas na Europa Oriental.
"Não podemos nos esquecer dos
fatos dramáticos que deram início a um dos maiores e terríveis conflitos da história,
que causou a morte de milhões de pessoas e provocou o sofrimento do amado povo polonês.
Um conflito que causou a tragédia do Holocausto e o extermínio de milhões de inocentes"
– frisou Bento XVI.
O Santo Padre ressaltou que a memória desses eventos deve
nos impulsionar a rezar pelas vítimas e por aqueles que sofrem no corpo e no espírito.
"Que tais fatos não mais se repitam e se intensifiquem os esforços a fim de construir
em nosso tempo, marcado por conflitos e contraposições, uma paz duradoura, transmitindo,
sobretudo, às novas gerações, uma cultura e um estilo de vida centralizados no amor,
na solidariedade e na estima pelo outro" – ressaltou o papa.
Bento XVI sublinhou
que neste sentido as religiões podem e devem contribuir na promoção da reconciliação
e do perdão, na luta contra a violência, o racismo, o totalitarismo, o fundamentalismo
que deturpam a imagem do Criador no ser humano, cancelando o horizonte de Deus que
leva ao desprezo do próprio homem. "O Senhor nos ajude a construir a paz, partindo
do amor e da compreensão" – concluiu o Santo Padre. (MJ)