DESNUTRIÇÃO CEIFA A VIDA DE 20 CRIANÇAS GUATEMALTECAS DESDE O INÍCIO DO ANO
Guatemala, 02 set (RV) – A desnutrição – que atinge mais de 50% das crianças
guatemaltecas – já ceifou a vida, desde o início deste ano, de 20 crianças, e a fome
ameaça mais de 54 mil famílias pobres – afirma um informe oficial divulgado nesta
terça-feira.
A Secretaria de Segurança Alimentar da presidência da república,
afirma, em seu relatório, que 18 das crianças mortas em consequência da desnutrição,
moravam no departamento (estado) de Jalapa, localizado bem no centro do chamado "corredor
seco", no país.
Nessa área, composta pelos departamentos de El Progreso, Zacapa,
Chiquimula, Jalapa, Jutiapa, Santa Rosa e Baja Verapaz, moram as 54.564 famílias que
perderam suas colheitas de milho e feijão, em consequência de uma seca prolongada.
Esses produtos são a base da dieta alimentar do povo, portanto, essas famílias estão
vivendo as agruras da fome.
O prefeito da localidade de Jalapa, Alfredo Sandoval,
advertiu as autoridades do perigo que correm mais de 70 crianças que se encontram
internadas no hospital local, em razão do quadro de desnutrição crônica que apresentam.
O
presidente guatemalteco, Álvaro Colom, comprometeu-se, nesta segunda-feira, a ajudar
a "Frente contra a fome", integrada pelas Igrejas Católica e Evangélica no país, a
realizar um censo nutricional nas áreas afetadas pela seca. Cerca de uma dezena de
organizações sociais e a Procuradoria dos Direitos Humanos também se empenharam a
combater o problema.
"As crianças mais afetadas serão transferidas imediatamente
aos centros de saúde, para receber assistência" – disse o procurador de Direitos Humanos,
Sergio Morales.
O Programa Mundial de Alimentos (PAM) já doou ao Governo guatemalteco
cerca de cem toneladas de fubá e farinha de soja, 70 toneladas de feijão e 30 toneladas
de milho, para beneficiar as famílias que perderam suas colheitas em consequência
da estiagem.
52% dos mais de 13,3 de guatemaltecos vive em condições de pobreza,
e 16%, em condições de pobreza extrema. A maioria dessas pessoas mora das regiões
rurais mais abandonadas do país. (AF)