2009-08-28 17:35:06

A CARITAS IN VERITATE NÃO OFERECE SOLUÇÕES TÉCNICAS


Milão, 28 ago (RV) – A Igreja não dispõe de soluções técnicas a oferecer e não pretende "minimamente imiscuir-se na política dos Estados". Em linha geral este é o ponto-chave para a interpretação da encíclica Caritas in veritate, de Bento XVI. É dessa perspectiva que todo o documento deve ser lido.

Essas afirmações são do presidente do Banco de Piacenza, Itália, Corrado Sforza Fogliani, num artigo publicado nos dias passados, num site da Internet dedicado à economia e às finanças.

Corrado menciona essa afirmação contida na introdução da encíclica de Bento XVI, recordando que a mesma asserção está contida na Centesimus annus e na Sollecitudo rei socialis, ambas de João Paulo II, e sublinhando que esta última vai mais além, ao afirmar que a Igreja, além de não propor sistemas ou programas econômicos e políticos, não "manifesta preferências por uns ou por outros, contanto que a dignidade do homem seja devidamente respeitada e promovida e a ela própria seja deixado o espaço necessário para desempenhar o seu ministério no mundo".

Na atual crise econômica mundial – prossegue Corrado Sforza Fogliani – o Papa Bento XVI não podia deixar de elevar sua voz, para sublinhar a necessidade de que as finanças, enquanto tais, "com estruturas e modalidades de funcionamento necessariamente renovadas depois da sua má utilização que prejudicou a economia real, voltem a ser um instrumento que tenha em vista a melhor produção de riqueza e o desenvolvimento".
Nesse contexto, o presidente do Banco de Piacenza sublinha a urgência de, no atual contexto, se adotar iniciativas financeiras nas quais a dimensão humanitária seja dominante.

O que a Igreja sugere – não dispondo ela de soluções técnicas a oferecer – é justamente o que a crise necessita para que a economia possa voltar aos trilhos: solidariedade, ética e confiança. Recordemos que o crédito se baseia justamente na confiança entre credores e devedores. E isso comporta, para as instituições públicas – observa o presidente do Banco de Piacenza – o dever de intervir segundo tais regras, a fim de evitar a prevaricação. (AF)







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