Assunção, 27 ago (RV) - Numa sociedade abalada por insegurança, violência e
criminalidade, a Igreja não se cala, e depois do enésimo episódio violento, a Secretaria
Geral da Conferência Episcopal Paraguaia emitiu ontem um comunicado.
Juan
Ortiz Gómes, 19 anos foi sequestrado e encontrado morto, dia 25, na região de Salto
Monday, em Presidente Franco, cidade vizinha a Ciudad del Este. Ele estava desaparecido
desde sábado, 22. A vítima é filho de um conhecido advogado de Ciudad del Este, e
dirigente do Partido Liberal no Departamento. Inicialmente, os sequestradores pediram
uma soma em torno de 100 mil dólares por sua libertação. Após negociações, a família
pagou um resgate de 30 mil dólares, e mesmo assim o jovem foi executado.
O
comunicado da Conferência Episcopal Paraguaia tem o seguinte teor:
“O seqüestro
extorsivo e o assassinato do jovem Juan Ortíz causa dor e indignação não apenas em
sua família e entes queridos, mas em toda a cidadania. Fatos como roubos e assaltos
fazem lamentavelmente parte do cotidiano do Paraguai. São freqüentes os crimes violentos,
que nem sempre se esclarecem, deixando a sombra de suspeitos e impunidade.
O
Estado tem a obrigação de proteger a vida e os bens das pessoas, em sintonia com o
estrito respeito da dignidade humana, das leis e da Constituição. É necessária uma
revisão estrutural dos organismos pertinentes ao Estado, para o fiel cumprimento de
seu papel. Os órgãos de segurança devem oferecer segurança; é esta a tarefa do Estado.
Deus quer que todos os seus filhos tenham vida e a tenham em abundancia, em
Jesus Cristo. A vida, plena e digna, de cada residente do solo paraguaio, é um dever
que envolve todos os cidadãos, mas é responsabilidade fundamental das pessoas encarregadas
da administração das instituições públicas.
Urge uma profunda conversão ao
Senhor, que mude os corações e as atitudes, a fim de permitir a convivência pacífica
e harmoniosa da sociedade paraguaia.
A paz é fruto da justiça e da equidade.
“A paz periga quando não se reconhece às pessoas aquilo que lhes é devido em relação
à sua condição humana, quando não se respeita sua dignidade, ou quando a convivência
não se orienta ao bem-comum”. (CM)