Hanói, 26 ago (RV) – A queda de braço entre as autoridades de Hanói e os católicos
da diocese de Vinh (Vietnã central) pelo uso das ruínas da igreja de Tam Toa chegou
ao seu final: no último dia 20 de agosto os tratores do governo local derrubaram as
últimas paredes do edifício deixando em pé somente o campanário. Dias antes, Bui Xuan
Ngau, vice-presidente do Comitê do povo de Dong Hoi publicou um decreto (n. 137/TB-UBND)
com o qual se ordenava a transformação do local onde se encontrava a igreja de Tam
Toa em um parque público.
O decreto é semelhante àqueles emitidos para os casos
da ex-nunciatura de Hanói e para a igreja de Thai Ha. Em todas as três situações,
os católicos pediam o retorno aos seus legítimos proprietários dos terrenos que o
governo queria usar para construções privadas. Diante da resistência dos católicos,
o governo decidiu transformar os terrenos – pelo menos neste momento – em parques
públicos. Para defender o uso sagrado da igreja de Tam Toa, os católicos fizeram manifestações
e como conseqüência muitos foram surrados e detidos; dois sacerdotes acabaram no hospital.
Milhares de fiéis fizeram vigílias de oração.
A igreja de Tam Toa surgia em
um delicado cenário natural. O Padre Claude Bonin que a construiu em 1887, tinha escolhido
uma colina perto das margens do rio Nhat Le, pensando que para os católicos era mais
fácil chegar até a igreja usando barcos. Com o desenvolvimento econômico e edilício
da cidade, a área tornou a mais cara da região.
Num primeiro momento líderes
políticos locais decretaram que as ruínas da igreja deviam servir para um mausoléu
da guerra; a igreja fora bombardeada pelos americanos nos anos 60. Imediatamente mudaram
de idéia e as ruínas deveriam então dar lugar a um vilarejo turístico. (SP)