2009-08-26 12:00:01

BISPO COLOMBIANO PEDE CALMA EM CONFLITO ENTRE PAÍSES VIZINHOS


Bogotá, 26 ago (RV) - O bispo de Cúcuta (diocese colombiana, na fronteira com a Venezuela), Dom Jaime Amaya, se pronunciou sobre o clima de tensão entre os dois países, pedindo que se solucione através do diálogo e de decisões políticas. Dom Jaime se disse solidário com os que foram prejudicados pela decisão do governo de Hugo Chávez de suspender indefinidamente o convênio de fornecimento de combustível.

No último fim de semana, o bispo publicou uma circular, intitulada “Ventos de crise”. Na carta, Dom Jaime frisa que “as grandes mudanças nas orientações políticas dos governantes de nossos países têm abalado o frágil equilíbrio de nossas democracias incipientes, criando novas expectativas que se somam às aspirações latentes de autonomia, de igualdade e de pleno desenvolvimento”.

A Igreja Católica espera que a cúpula da União das Nações Sul-Americanas (UNASUL), na próxima sexta-feira, na Argentina, ajude a resolver as dificuldades enfrentadas pela Colômbia com Venezuela e Equador.

Evocando o título da carta, Dom Jaime Prieto Amaya diz esperar que a reunião do dia 28 em Bariloche, “traga novos ventos de paz e conciliação” à região. Na ocasião, a Unasul vai discutir o acordo militar assinado pela Colômbia e os Estados Unidos, que tem provocado instabilidade na Venezuela, Equador e Bolívia, que o consideram uma ameaça para seu território.

A reação mais forte veio da Venezuela, que congelou as relações com Bogotá e anunciou o desvio de parte do comércio externo com a Colômbia para outros países da região.

A Igreja também espera que a Unasul ajude a normalizar as relações com o Equador, rompidas após a invasão da Colômbia a este país, em março de 2008, para bombardear um acampamento das FARC, numa operação que matou o líder rebelde Raúl Reyes.

O ataque ao refúgio das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que matou 25 pessoas, incluindo um equatoriano, provocou a ruptura das relações diplomáticas entre os dois países.
“A determinação do governo venezuelano de suspender indefinidamente o convênio de fornecimento de combustível na região fronteiriça gera anda mais pobreza nesta região já pobre. Aumentarão o desemprego, o contrabando de combustível, a delinqüência comum, a recessão econômica, e o que é pior, teremos que atender problemas conjunturais que distraem a atenção da verdadeira problemática de nossa cidade e das regiões fronteiriças”.

Por isso, o bispo expressa sua solidariedade e garante sua oração pela pronta resolução das tensões e conflitos através do diálogo e das decisões políticas.

“Que o Senhor, príncipe da paz, nos ilumine nestes momentos para que nossos governos se encontrem em justiça e eqüidade, fundamentais para assentar o Estado Social de Direito” – conclui. (CM)







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