Lima, 25 ago (RV) – Concluiu-se a 94° Assembléia plenária extraordinária dos
bispos do Peru que teve inclusive a visita do Presidente da República, Alan Garcìa,
e de alguns ministros do governo. No encerramento dos trabalhos, os bispos declararam
ter analisado serenamente e com profundidade as diversas situações sociais do país,
em particular, das áreas nas quais, nos últimos meses, estão em aumento os protestos
que depois se transformaram em episódios de grave violência.
Os bispos se referiram
aos fatos de Bagua, ocorridos no início do mês de julho, quando na região amazônica
os conflitos entre indígenas e policiais provocaram mais de 30 vítimas. “Condenamos
essa violência e renovamos a nossa solidariedade às vítimas, policiais e civis” –
declaram os prelados -, “compartilhando a dor das famílias atingidas”. “Fazemos nosso
– continuam os bispos – o grito, que também é uma denúncia, de uma mulher “wampis”,
que se dirigindo a um bispo da selva amazônica, revelou: “nos matamos entre irmãos.”
O
desejo dos prelados é que se esclareçam os trágicos eventos de Bagua e se proceda
com justiça. Na presença do presidente da República, os bispos lançaram mais uma vez
um apelo à reconciliação e ao recíproco entendimento: “as autoridades devem escutar
os justos protestos dos cidadãos – disseram – e os manifestantes devem sempre utilizar
somente meios de protesto legítimos e próprios de um estado de direito”.
Os
bispos peruanos sublinham a importância “do diálogo, do respeito recíproco e da exclusão
de todo tipo de violência, que, além de não resolver nenhuma questão provoca conseqüências
ainda piores”. O episcopado peruano vê como iniciativa positiva a instituição de uma
mesa de diálogo entre o governo e as comunidades étnicas da Amazônica e recordam às
autoridades o dever “de participar efetivamente” nesses encontros. A Igreja, reafirma
o seu compromisso e solidariedade aos indígenas pois a verdadeira paz “é fruto a justiça”.
Os
bispos concluem invocando a proteção do Cristo dos Milagres e de Nossa Senhora a fim
de que, os peruanos “possam viver como irmãos, procurando juntos o bem de todos, e
com particular solicitude por aqueles mais pobres e necessitados”. (SP)