CARDEAL GRACIAS: A UM ANO DAS VIOLÊNCIAS EM ORISSA, A ESPERANÇA DE UM NOVO INÍCIO
Mumbai, 24 ago (RV) – As violências anticristãs e os assassinatos em Kandhamal,
Orissa, foram "um dos momentos mais tristes da história da Índia", segundo o cardeal-arcebispo
de Mumbai, Oswald Gracias, presidente da Conferência Episcopal Indiana. O país "deve
recuperar sua gloriosa tradição multicultural, multirreligiosa e multilíngüe". "Foi
um ano terrível, marcado por numerosos fatos graves de intolerância religiosa. Agora,
passado um ano daqueles trágicos acontecimentos, pedimos a Deus que abençoe o nosso
país, concedendo-lhe paz e harmonia, e cicatrizando as recordações dolorosas e as
feridas provocadas pela terrível violência anticristã" – acrescenta o Cardeal Gracias.
"As
nossas orações – diz ainda o purpurado – são feitas também por aqueles que perpetraram
esses crimes hediondos. Rezamos para que, aqueles que instigaram tais atos de crueldade,
assim como aqueles que os executaram possam dar-se conta da obra demoníaca que realizaram."
"Hoje
– pede o Cardeal Gracias – pedimos a Deus que dê ao nosso povo a graça de um "novo
início", para que possa viver uma coexistência pacífica, de mútua aceitação, de tolerância
e de paz.
Segundo o cardeal-arcebispo de Mumbai, os encontros inter-religiosos
entre fiéis de diversas confissões será uma das estradas a ser trilhada, para se alcançar
essa harmonia. Deve ser – no seu parecer – um diálogo em todos os níveis: nas comunidades,
nas sociedades civis, nas escolas e nas instituições de ensino superior.
"Vejo
que o novo Governo de Orissa deseja realmente ajudar as minorias, e também o Governo
central quer garantir a sua segurança" – reconhece o Cardeal Gracias. "Faço votos
de que ambos estejam muito atentos e saibam reagir tempestivamente e não permaneçam
inermes, como o fizeram um ano atrás. Nossos apelos de então caíram no vazio, dando
ensejo a uma contínua lista de assassinatos, sequestros, incêndios e um sem número
de violências contra os cristãos" – acrescenta.
"A minha esperança de que haja
um futuro de liberdade e de segurança para as minorias religiosas − conclui o purpurado
– não cancela a minha preocupação. Todavia, sou levado a basear minha confiança na
realidade, por isso faço votos de que a esperança que nutro em relação ao futuro seja
bem fundada." (AF)