Cidade do Vaticano, 22 ago (RV) - Amanhã, dia 23 de agosto, faz um ano do início
das perseguições aos cristãos de Orissa, na Índia. Do mesmo modo quando Nero, o imperador
romano, culpou os cristãos pelo incêndio da cidade de Roma, os nacionalistas hinduístas
culparam os cristãos pela morte de seu líder espiritual Saraswati, que na verdade
foi assassinado por um grupo maoísta. Infelizmente, esse não é um fato isolado.
Existe
perseguição no Iraque, onde os cristãos são minoria e não são levados em consideração,
principalmente quando obrigados a se submeterem à xariá, interpretação religiosa da
Lei Islâmica. Ainda no Iraque os cristãos são vítimas de homicídios e tentativas de
seqüestros, tudo visando aterrorizar a comunidade seguidora de Jesus Cristo; em Kirkuk,
no norte do país, fala-se de um clima de medo e teme-se que os batizados façam nova
fuga em massa.
No Paquistão continuam dramáticas as situações de vida da comunidade
cristã. Em algumas áreas os cristãos, que já se reportaram ao Governo, continuam sendo
vítimas de discriminação por parte dos fundamentalistas islâmicos. Nas últimas semanas
ataques contra aldeias cristãs evidenciaram o crescimento da intolerância religiosa.
A agressão às minorias é causada pela calúnia, o que facilmente leva à aplicação da
lei da blasfêmia, instrumento mais comumente utilizado, que prevê inclusive pena de
morte para quem faça ultraje ao Alcorão e ao profeta Maomé. Na África, Nigéria e Sudão
contemplam situações semelhantes.
Portanto a perseguição aos cristãos está
muito viva nos dias de hoje. Do mesmo modo que na época dos primeiros mártires, estes
deveriam abdicar da fé em Cristo e queimar incenso aos deuses, hoje também a causa
da perseguição é a fé em Jesus Cristo.
Também em países ocidentais, como
falamos na semana passada, a censura aos crucifixos e demais símbolos cristãos nos
lugares públicos e o grande desejo de reduzir a prática da fé ao interior dos lares,
mostra que ainda hoje Jesus Cristo não é bem vindo, ao contrário, ele incomoda por
si só e, por isso, deverá ser banido, e com ele, seus seguidores.
Sirva para
todos os que professam a fé em Cristo, as palavras do Arcebispo de Cuttack-Bhubaneshwar,
Dom Raphael Cheenath, quando da perseguição de Orissa: “Houve momentos em que não
encontrávamos respostas aos gritos e às lamentações do nosso povo e foram momentos
de grande angústia. Contudo nosso povo me proporcionava grande consolação: confortavam-me
sua fé e sua determinação em permanecer cristão.” (CA)