Cidade do Mexico, 22 ago (RV) - O Arcebispo de Antequera-Oaxaca, Dom José Luis
Chávez Botello, pede que seja defendida e fortalecida a dignidade das mulheres que
sofrem por causa da marginalização, da falta de oportunidades e da violência. “Todos
devem tirar a venda dos olhos, depor o orgulho, e atuar com responsabilidade social”,
disse o prelado em um comunicado no qual recordou os 50 anos da Associação Civil Amparo
à Jovem de Oaxaca. Uma iniciativa que apóia jovens indígenas-camponesas que chegam
à cidade para trabalhar e estudar e que “necessitam de ajuda por se encontrarem em
uma situação vulnerável”.
Dom Chávez Botello afirma que esta situação é fruto
“de graves enganos sociais cometidos por décadas no campo da educação, da família
e da política em relação à mulher; vemos com tristeza em muitas jovens o rosto da
injustiça, do abuso, do comércio sexual, da dependência de drogas. Algumas até mesmo
já inseridas no crime organizado”.
O arcebispo recorda que a natureza da mulher
é receptiva e acolhedora, além disso, percebe mais facilmente as realidades espirituais
e as vive com mais consciência. “As verdades religiosas, ao se introduzirem no coração
da mulher adquirem uma ressonância extraordinária”. Do mesmo modo, destaca que a maternidade,
em seu sentido profundo, é uma manifestação da vocação da mulher ao amor, que o vive
“doando-se, até o esquecimento de si mesma”. “Não é possível que todos estes dons
da mulher tenham sido dados por Deus sem uma finalidade”, expressou o arcebispo. O
texto, assinado também pelo bispo auxiliar, Dom Oscar Campos, indica que o homem e
a mulher gozam de uma igualdade fundamental e dos mesmos direitos graças à dignidade
humana que possuem. Entretanto, esclarece que “esta igualdade de maneira alguma comporta
o desaparecimento das diferenças biológicas e psicológicas que emanam de ser homem
ou de ser mulher”.
“Caminhar para a distorção, ambigüidade ou desaparecimento
dessas diferenças seria uma verdadeira catástrofe para a identidade das pessoas, uma
grave deterioração para as famílias e para a mesma sociedade. Entre o homem e a mulher
se dá a complementaridade e, por isso, deve-se erradicar toda idéia de superioridade
e de competição”, conclui o comunicado. (SP)