Nova Délhi, 21 ago (RV) - No próximo domingo, dia 23, completará um ano da
feroz violência anticristã desencadeada no estado de Orissa e, em particular, em Kandhamal.
Tudo teve início com a sede de vingança dos nacionalistas hinduístas, à morte de seu
líder espiritual, Swami Laxamananda Saraswati, assassinado por grupos maoístas.
-Ao
falar à agência missionária AsiaNews sobre o ano transcorrido, o Arcebispo de Cuttack-Bhubaneshwar,
Dom Raphael Cheenath, recordou alguns episódios que marcaram aqueles dias de injustificada
violência contra os cristãos.
-Atravessando esse período sombrio da história
de Khandamal, a consolação que mais me deu força é que Deus estava nos guiando com
a sua providência. Fiquei profundamente angustiado e sofri por causa da intensa brutalidade
e desumanidade que atingiu o nosso povo, mas diante de todas as perseguições permaneceu
sempre o testemunho fiel de Seu nome.
-Houve momentos – prosseguiu o arcebispo
– em que não encontrávamos resposta aos gritos e às lamentações do nosso povo e foram
momentos de grande angústia. Tive grande consolação do nosso povo: a sua fé e sua
determinação em permanecer cristão me confortaram.
-Passado um ano, muitas
pessoas ainda vivem nos campos de refugiados e muitas outras encontraram refúgio nas
cidades e nos estados vizinhos. Outras pessoas puderam retornar para suas casas, mas
o nosso povo ainda vive sob ameaça: ainda existem bolsões de resistência alimentados
pelos fundamentalistas que se opõem à reconstrução das igrejas e das casas. Dom Cheenath
frisou que houve também uma grande lentidão da administração pública, mas que mesmo
assim foram feitos progressos.
-Somos gratos ao nosso amado Santo Padre por
ter condenado com firmeza as violências em Orissa – disse o prelado indiano. Foi-nos
muito consolador receber a notícia de que Bento XVI rezava por Kandhamal, bem como
saber que todos os homens de boa vontade eram solidários com os sofrimentos do nosso
povo - concluiu. (RL)