2009-08-20 17:14:04

CHINA: JOVENS SEVICIADOS NA TENTATIVA DE "CURÁ-LOS DO VÍCIO" DA WEB


Pequim, 20 ago (RV) – Explode na China, a revolta contra as instituições que se dedicam a "curar os jovens do vício da web". Essas instituições utilizam métodos por nada ortodoxos e, recentemente, um deles morreu em consequência do "tratamento" recebido.

As instituições que prometem acabar com "o vício da web" nos adolescentes e jovens se valem de métodos militares e até mesmo marciais. Pu Liang, de 14 anos, foi internado na última terça-feira, em graves condições, no hospital, depois de ter sido pisoteado por seus "educadores", no "Anti-traditional Education Training Center" de Chengdu, na província de Sichuan. O adolescente sofreu numerosas fraturas e graves lesões nos rins. Os médicos descobriram que seus pulmões estavam repletos de água. A polícia deteve os "educadores", denunciando-os por maus-tratos aos jovens confiados a seus cuidados.

A notícia desencadeou reações iradas, pois já no dia 2 de agosto, outro adolescente, de 15 anos, considerado como "web-dependente" e confiado aos cuidados do "campo de correção" de Guangxi Qihuang, sul da China, morreu em consequência do espancamento de que foi vítima. Quatro pessoas foram presas e a "clínica" foi fechada.

A polícia descobriu que esses "centros de recuperação de jovens web-dependentes" prometem a cura desse "vício", submetendo seus internos a sessões de eletrochoques que provocam – segundo os médicos – "danos devastadores e irreversíveis no cérebro".

Na China, os usuários da Internet são cerca de 340 milhões. Desses, cerca de 100 milhões são adolescentes e, destes últimos, cerca de 10 milhões seriam considerados web-dependentes, um desvio que não é de fácil diagnóstico. Nos últimos anos, cerca de 400 "clínicas" de reabilitação desses web-dependentes surgiram em todo o país. A maior parte delas está nas mãos de particulares, que prometem "milagres" em troca de cifras absurdas que estorcem dos pais.

Os métodos utilizados são os mais rígidos dentre os utilizados pelos militares, em caso de insubordinação: jejum, isolamento total e espancamentos, entre outros. Os casos de adolescentes que acabaram dando baixa nos hospitais, vítimas desses "educadores" são milhares.

Agora, as pessoas decidiram vir a público, exigir das autoridades, o fechamento dessas clínicas do terror. (AF)







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