2009-08-19 13:58:18

Afeganistão em véspera de eleições com violência intensificada


(19/8/2009) Em vésperas de eleições no Afeganistão, os taliban intensificam a violência. Um novo atentado em Cabul fez um número indeterminado de vítimas, entre elementos da ONU e da NATO, bem como tropas e civis afegãos.
Sem precisar o número de soldados atingidos pela explosão do carro-bomba que atacou uma caravana de abastecimento das forças militares, um porta-voz da Força Internacional de Assistência à Segurança confirmou que "soldados desta força internacional foram mortos e vários ficaram feridos".
O atentado, na estrada que liga Cabul à maior base militar norte-americana no Afeganistão, em Bagram, provocou ainda a morte a sete civis afegãos e 51 feridos, segundo os números avançados pelo Ministério da Saúde afegão. Mais de 30 soldados estrangeiros morreram, desde o início do mês, no Afeganistão.
Este é apenas o mais recente episódio de uma série de ataques taliban, que está a pôr em causa as condições de segurança das eleições presidenciais e provinciais desta quinta feira.
Os rebeldes têm vindo a ganhar terreno nos últimos três anos, ao ponto de exercerem influência crescente em metade do país, segundo observadores, tendo a violência atingido valores nunca vistos desde 2001.
A Comissão Eleitoral afegã reconheceu já que problemas de segurança poderão impedir a abertura de 500 a 800 de um total de sete mil locais de voto. E os pontos mais críticos situam-se nas áreas pashtun do Centro e Sul do país, onde a insurreição tem maior implantação.
Na província de Helmand, alvo principal de uma vasta ofensiva norte-americana e britânica nas últimas semanas, só haverá locais de voto em funcionamento nas zonas seguras das principais cidades. Nalguns distritos, a pressão dos taliban torna o voto impossível. No Sul, prevê-se que a votação não atinja os 30%.
Além das precárias condições de segurança, o fantasma das fraudes eleitorais, o medo e a descrença da população colocam em risco as eleições de amanhã e a nova estratégia de Barack Obama, que não poupou meios para garantir o êxito destas eleições, reforçando a presença militar no Afeganistão com mais 17 mil efectivos.
Registos eleitorais duplicados, inscrições anormalmente elevadas, sobretudo entre a população feminina nas zonas mais conservadoras e dominadas pelo presidente Karzai, e um florescente mercado negro de cartões de eleitor dão corpo às suspeitas de fraude que pendem sobre as eleições.








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