Buenos Aires, 18ago (RV) - “A crise mundial fez a pobreza crescer em progressão
geométrica na Argentina” – declarou o arcebispo de Mercedes-Lujan, Dom Agustín Radrizzani,
após uma reunião de 16 arcebispos e bispos da província de Buenos Aires com o governador
Daniel Scioli, sexta-feira.
Segundo o jornal “La Nación”, a reunião foi convocada
na sequencia do debate nacional suscitado pela mensagem de Bento XVI, enviada por
ocasião da coleta nacional “Mais por Menos”. Ao elogiar a campanha e pedir o envolvimento
de toda a cidadania, o pontífice definiu a pobreza argentina como “um escândalo”.
“Viemos a este encontro para escutar os projetos da província e para expressar
nossas angústias e preocupações. Antigamente, os bolsões de pobreza se encontravam
nas províncias e nas periferias das cidades; hoje vemos moradores de rua nos centros
de nossas cidades mais populosas”.
Ontem, a presidente argentina, Cristina
Kirchner, deu uma resposta concreta ao “escândalo da pobreza”, anunciando um plano
bilionário para a geração de 100 mil empregos.
Os dados sobre a pobreza no
país divergem: O Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos), órgão federal
sob suspeita de manipular índices, aponta 15,3% de pobres, ou seja, indivíduos economicamente
ativos cuja renda é insuficiente para pagar a cesta básica de alimentos e serviços.
Por
outro lado, a Igreja Católica e fundações privadas estimam que a pobreza atinja aproximadamente
37% da população argentina. (CM)