Bogotá, 17 ago (RV) - “A missão evangelizadora nos territórios de conflito
na Colômbia” é o tema geral do II Encontro Nacional de Padres Diocesanos do país,
que tem início amanhã, dia 18, e se conclui dia 21 de agosto na sede da Conferência
Episcopal Colombiana.
O objetivo do encontro é encontrar respostas “humanas
e pastorais” para favorecer a construção da paz e da reconciliação, no contexto de
violência e de múltiplas dificuldades para a população e a Igreja.
Na agenda,
destacam-se temas como o respeito pelo direito humanitário internacional, o compromisso
dos sacerdotes no contexto do conflito e a preparação para o pós-conflito e seus problemas.
Entretanto,
há expectativa também pelo encontro, possivelmente em Bogotá, de membros da Igreja
colombiana com representantes episcopais de Equador e Venezuela, na tentativa de aliviar
a tensão de Bogotá com Quito e Caracas.
“Queremos ver que saídas encontramos.
Que soluções podemos propor, sempre baseadas no diálogo” – disse o secretário geral
da Conferência Episcopal da Colômbia (CEC), Dom Juan Vicente Córdoba Villota, bispo
auxiliar de Bucaramanga.
Na última quinta, o presidente da Conferência Episcopal
Equatoriana, Dom Antonio Arregui Yarza, bispo de Guayaquil, adiantou que estava em
contato com os episcopados de Venezuela e Colômbia para acertar a reunião, em que
se deve discutir e formular um pronunciamento conjunto sobre a situação de tensão
entre os três países.
Segundo Dom Córdoba, a idéia do encontro entre os representantes da
Igreja Católica das três nações é compartilhar e debater as realidades de cada país
“em modo diferente da política, mas próximo da evangelização”.
Segundo ele,
a reunião, que ainda não tem data definida, pode articular um encontro entre os presidentes
da Colômbia, Álvaro Uribe; Equador, Rafael Correa, e da Venezuela, Hugo Chávez. “A
partir das realidades nacionais, poderemos planejar uma estratégia de trabalho e discuti-la
entre nós ou com nossos, presidentes, oferecendo-lhes nossa mediação. Seria um bom
começo de diálogo” – explicou.
Quito rompeu relações diplomáticas com Bogotá
em março de 2008 depois de um ataque do exército colombiano a um acampamento das
Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) situado em território equatoriano.
Durante a ofensiva, foi morto o então “número dois” do grupo guerrilheiro “Raúl Reyes”.
Venezuela
congelou as relações diplomáticas com a Colômbia depois que o governo de Álvaro Uribe
denunciou o presumível desvio de armas estrangeiras para a guerrilha das FARC. (CM)