2009-08-14 17:19:19

RELATOR DA ONU PEDE AJUDA INTERNACIONAL PARA APURAR TORTURAS NO IRÃ


Viena, 14 ago (RV) - O relator especial da ONU para a Tortura, o austríaco Manfred Nowak, espera que aumente a pressão internacional, a fim de o Irã autorize sua visita ao país, para que ele possa verificar a situação dos detidos nas prisões iranianas, após sérias acusações de sistemática tortura contra os opositores ao Governo.

Nowak fez essas declarações à rádio pública austríaca "ORF", depois que ele e outros dois relatores especiais da ONU expressaram, nesta quinta-feira, em Genebra, sua preocupação com os supostos maus-tratos aos detidos iranianos.

"Acho que são muitos os "casos individuais" para vê-los como tais. Isso é metódico. Realmente temo que aqui se ataquem decididamente opositores do Governo, tanto estudantes quanto seguidores dos partidos da oposição e jornalistas" − disse o especialista.

Ele explicou que foi contatado tanto por pessoas libertadas após terem sido detidas por protestar contra os resultados das eleições de 12 de junho passado, quanto por advogados e parentes de outros opositores ainda presos, que denunciaram os maus-tratos.

Após ter estudado a credibilidade de cada caso, o relator considera muito fundamentada a suspeita de que nas prisões iranianas ocorra tortura de forma sistemática, com o fim de obter confissões para os processos judiciais.

Nowak afirma que o objetivo desses métodos é amedrontar os opositores do presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, que mantêm forte pressão para que ele renuncie, desde os resultados das últimas eleições, por considerarem que a vitória do líder não foi válida.

O relator internacional disse não ter como confirmar ou desmentir as graves acusações de Mehdi Karroubi, um dos adversários de Ahmadinejad nas eleições. Karroubi afirmou que há casos de mortes por tortura nas prisões iranianas.

Até o momento, os especialistas da ONU não conseguiram permissão das autoridades iranianas para viajar ao Irã e verificar os fatos, e esperam agora, que a comunidade internacional reforce sua pressão sobre Teerã para conseguir isso. (AF)







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