MILITARES DE MIANMAR DEFENDEM CONDENAÇÃO A NOBEL DA PAZ
Bangcoc, 14 ago (RV) - A Junta Militar que governa Mianmar (ex-Birmânia) defendeu
hoje, a decisão de colocar novamente em regime de prisão domiciliar a líder opositora
e Nobel da Paz-1991, Aung San Suu Kyi, que viveu reclusa por quase 14 dos últimos
20 anos.
Trata-se de uma decisão "benéfica para ambas as partes" e um "grande
passo para uma mudança" − afirma um editorial publicado hoje, no diário oficial "New
Light of Mianmar", que o regime costuma usar para divulgar suas mensagens.
A
líder do partido oposicionista Liga pela Democracia ativista foi condenada na última
terça-feira, a três anos de trabalhos forçados por ter violado os termos do confinamento
ao receber em casa o cidadão norte-americano John Michael Yettaw. A condenação foi
atenuada para 18 meses de prisão domiciliar.
O norte-americano, por sua vez,
foi sentenciado a sete anos de reclusão e quatro de trabalhos forçados.
O jornal
elogiou a iniciativa de atenuar a pena de Aung San Suu Kyi, iniciativa partida do
o chefe da Junta Militar, o general Than Shwe, e lembrou que, assim, a prêmio Nobel
da Paz terá "liberdade de movimentos dentro de casa" e terá acesso à imprensa, rádio
e televisão oficiais do Governo. Por isso – afirmou – "ela não deveria ter motivos
para se queixar".
A sentença impedirá Aung San Suu Kyi de participar das eleições
que o regime planeja realizar no próximo ano, apesar de ser a líder da oposição. (AF)