IGREJA FORTALECE CONSCIENTIZAÇÃO SOBRE TRABALHO ESCRAVO
Brasília, 14 ago (RV) - A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil criou um
Grupo de Trabalho para estudar e desenvolver ações contra o trabalho escravo no Brasil.
O Grupo será ligado à Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça
e da Paz da CNBB. A coordenadora do Grupo será Patrícia Audi, responsável nacional
do Projeto Combate ao Trabalho Escravo da Organização Internacional do Trabalho (OIT),
ajudada por Padre Ari Antônio dos Reis, assessor da Pastoral Afrobrasileira da CNBB.
Dia 11, terça-feira, 14 entidades se reuniram na sede da Conferência, em Brasília
para refletir sobre o trabalho escravo. Segundo o secretário geral da CNBB, dom Dimas
Lara Barbosa, o importante agora é “definir como Igreja pode ajudar a combater o trabalho
escravo na Amazônia. Podemos fortalecer as comunidades para que as pessoas expostas
à escravidão se conscientizem do perigo de se tornarem escravos, pois o crime da escravidão
caminha ladeado por outros dois, prostituição e exploração sexual”.
Para a
coordenadora nacional do Projeto Combate ao Trabalho Escravo da OIT, Patrícia Audi,
“devemos focar as nossas ações e os nossos trabalhos na prevenção do trabalho escravo,
e utilizar a influência da Igreja Católica como um método para alertar esses indivíduos
do risco em se tornar escravo”.
Para o bispo do Xingu (PA), Dom Erwin Kräutler,
o trabalho escravo no Pará é uma “praga”. “É quase impossível que a polícia federal
consiga extirpar esse mal que assola o Pará, pois além da conivência de alguns setores
sociais, como os governantes, políticos e policiais com os fazendeiros, a condição
geográfica da Amazônia dificulta uma ação constante de fiscalização destas fazendas”
– explicou. (CM)