2009-08-13 11:37:26

CHILE: IGREJA INSISTE NO INDULTO EM 2010


Santiago, 13 ago (EFE) - A Conferência Episcopal chilena anunciou ontem que vai apresentar a proposta de outorgar um indulto em massa por razões humanitárias, para comemorar o Bicentenário da Independência do país, em 2010. O projeto deve ser apresentado num prazo de cinco meses, quando expira o mandato presidencial.

“Pensamos que em meio ao fragor da campanha eleitoral, não é oportuno propor um tema que requer tanta serenidade, diálogo e paz nos corações” - explicou o presidente da Conferência Episcopal, Dom Alejandro Goic Karmelic.

O bispo de Rancagua anunciou a decisão ao sair de uma reunião com a presidente chilena, Michelle Bachelet: “Apresentamos os fundamentos para solicitar um indulto jubilar no Bicentenário, para pessoas condenadas por tribunais de justiça, e dissemos-lhe que a proposta será apresentada no momento mais propício” – acrescentou.

Para Dom Karmelic, tal momento será, provavelmente, depois das eleições presidenciais, cuja primeira rodada está marcadas para 13 de dezembro.

Em julho passado, o Episcopado anunciou que apresentaria a iniciativa ao Governo e ao Congresso. O indulto pensado pela Igreja prevê a libertação de maiores de 70 anos, enfermos em estado terminal, mães com filhos pequenos e reclusos condenados por delitos menores.

A Aliança de Direita propôs estender o benefício a ex-militares condenados por crimes de violação humanitária, medida que gerou críticas dos familiares das vítimas da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

A atual presidente, Michelle Bachelet, filha de um militar constitucionalista assassinado durante a ditadura, já outorgou, em seu mandato, 61 indultos a presos enfermos terminais, anciãos e mães de crianças pequenas.

Hoje no Chile, há 60 ex-repressores condenados e cerca de 700 processados por violações de direitos humanos cometidas durante o regime militar. Segundo cifras oficiais, 2.279 pessoas perderam a vida naqueles anos. (CM)







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