MIANMAR: ADVOGADOS RECORRERÃO DA CONDENAÇÃO À NOBEL DA PAZ
Bangcoc, 12 ago (RV) - Os advogados que defenderam a líder opositora em Mianmar
(ex-Birmânia), Aung San Suu Kyi, Nobel da Paz-1991, anunciaram hoje que recorrerão
da sentença que a condenou a mais 18 meses de prisão domiciliar, por ter rompido os
termos da precedente condenação.
Aung San Suu Kyi foi condenada, nesta terça-feira
a três anos de trabalhos forçados, mas o chefe da Junta Militar, general Than Shwe,
reduziu a pena para 18 meses de prisão domiciliar.
Nyan Win, advogado e porta-voz
da Liga Nacional pela Democracia (LND), legenda liderada pela Nobel da Paz, disse
à imprensa que apresentariam um recurso perante o Tribunal de Apelações por considerarem
que a sentença é "incorreta".
A defesa de Aung San Suu Kyi alegou, durante
o julgamento, que a acusação se baseava numa lei que deixou de ter vigência após a
entrada em vigor da nova Constituição, aprovada em plebiscito no ano passado.
O
julgamento durou quase três meses e foi dominado pelo hermetismo − próprio do regime
militar − que impôs uma série de dificuldades aos advogados da líder da oposição.
Uma
aparente falha nas medidas de segurança permitiu que, em maio passado, o cidadão norte-americano
John Willian Yettaw cruzasse a nado um lago e entrasse na casa da Nobel da Paz, que
cumpria, então, uma condenação de seis anos de prisão domiciliar imposta pela Junta
Militar, por ativismo político. (AF)