2009-08-12 17:28:46

CARDEAL ARINZE: A EUCARISTIA NOS COMPROMETE A AJUDAR OS POBRES


Manila, 12 ago (RV) - A centralidade da Eucaristia e a atenção aos pobres estiveram no centro das palavras do prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Francis Arinze, enviado especial do papa para a IX Assembléia Plenária da Federação das Conferências Episcopais Asiáticas.

A abertura oficial dos trabalhos, após os primeiros encontros da segunda-feira, teve lugar nesta terça-feira, dia 11, com uma solene concelebração eucarística na catedral de Manila, nas Filipinas. A Assembléia tem como tema "Viver a Eucaristia na Ásia", e prosseguirá até o próximo domingo, dia 16.

"Diante do impressionante desenvolvimento econômico e tecnológico, a Ásia permanece com o seu povo pobre e sofredor, oprimido, sem-teto e necessitado." Com essas palavras, o Cardeal Arinze fez um convite a se considerar o contexto no qual a Igreja vive no continente que acolhe 60% da humanidade e que, infelizmente, foi atingido por diversos desastres naturais.

O purpurado nigeriano ressaltou que a Eucaristia é o bem espiritual da Igreja e é um bem que nos transforma. "Viver a Santa Eucaristia significa levar Jesus aos pobres da Ásia" – disse. "A Eucaristia nos compromete a ajudar os pobres" e a fazer-nos próximos a eles – frisou.

O enviado especial do papa citou o exemplo da bem-aventurada Madre Teresa de Calcutá e de suas irmãs, que "vivem a força transformadora da Eucaristia".

O prefeito emérito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos enfatizou que é essa força transformadora que deve levar a "buscar os modos para ajudar os pobres a saírem da sua condição de pobreza e a viverem uma vida humana digna o mais possível".

Citando a Constituição pastoral sobre a Igreja no mundo de hoje – do Concílio Vaticano II – "Gaudium et spes", o Cardeal Arinze afirmou que "Deus não quer que alguns tomem para si as coisas boas deste mundo, criando um oásis de prazer excessivo, enquanto a maioria permanece num deserto de necessidade e de miséria".

Outro ponto central evidenciado pelo purpurado africano foi "a importância da unidade da comunhão entre o papa e os bispos, e depois entre os próprios bispos, sacerdotes, leigos, e entre os consagrados".

O cardeal ressaltou que existe também a relação com os outros: "com outros cristãos que ainda não partilham a plena unidade católica, e com muitas outras pessoas de outras religiões".

Nesse contexto, referindo-se à Eucaristia, o purpurado frisou que "a celebração eucarística não é uma função ecumênica", mas é "uma celebração que requer plena comunhão eclesiástica".

Portanto – enfatizou – é rara a possibilidade de administrar a Comunhão a um cristão cuja família religiosa não adere completamente ao catolicismo e essa possibilidade está estreitamente subordinada às condições estabelecidas pela Igreja em seus documentos oficiais.

O enviado especial do papa observou ainda que quando se trata de muçulmanos, hinduístas, budistas ou fiéis de outras religiões, é evidente a impossibilidade da Comunhão. Por fim, o Cardeal Arinze recomendou a não convidar tais fiéis às celebrações sem as explicações necessárias, ressaltando que "a evangelização não é proselitismo". (RL)







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