2009-08-11 12:27:38

MUÇULMANO PEDE O FIM DA LEI SOBRE A BLASFÊMIA


Nova Delhi, 11 ago (RV) – “A lei sobre a blasfêmia deve ser cancelada o quanto antes. Ela ofende o Islã e é uma vergonha para o Paquistão”. Foi o que disse o prof. Ashgar Ali Engineer, muçulmano indiano e perito no Islã, que numa entrevista à AsiaNews exprime toda a sua solidariedade às comunidades cristãs vítimas da violência no Punjab nos dias passados.

A conhecida lei sobre a blasfêmia, que chega condenar à morte qualquer pessoa que ofenda o Alcorão e o profeta Maomé, foi introduzida no Paquistão pelo ditador Zia-ul-Haq nos anos 80. Desde então a mesma se tornou fonte de contínuas violências contra os cristãos e fiéis de outras religiões. Acusações muitas vezes falsas e motivadas por interesses mesquinhos geram escândalos e impulsionam multidões a fazer justiça com as próprias mãos. Mesmo se presos, com base na acusação de uma só pessoa, os acusados correm o perigo de violências e torturas por parte da polícia. Diversos juízes – sob pressão de multidões, instigadas por líderes religiosos locais – decretaram a pena de morte mesmo sem alguma prova contra os acusados.

Nos dias passados, no Punjab, se verificaram 3 casos de “blasfêmia”: em Koriyan e Gojra um grupo de cristãos foi massacrado sob falsas acusações; oito pessoas foram queimadas vivas. Já em Muridke, o proprietário de uma fábrica, junto com outras duas pessoas, foi assassinado. Em Sanghar uma mulher, correu perigo de ser morta, acusada de blasfêmia por um comerciante impaciente para que a mesma pagasse as suas dívidas.

Já em um editorial de 2003, no jornal paquistanês Dawn, o prof. Ashgar Ali Engineer escrevia: “Até hoje, todos os casos registrados sob a iníqua lei da blasfêmia se demonstraram falsos, concebidos com malícia, manipulação ou incompreensão. Os processos foram injustos; os advogados defensores sofreram violências; os tribunais sofreram pressões ou ameaças de grupos religiosos; os juízos emitidos contra os acusados foram arbitrários, caprichosos, desequilibrados, ou baseados em meras conjecturas: nuas e cruas injustiças em nome do Islã, as sentenças de norte foram, de fato, assassinatos jurídicos”.

Desde a sua introdução, em 1986, até hoje, a lei causou a morte de 25 pessoas. (SP)







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