Roma, 11 ago (RV) - O Presidente do Pontifício Conselho das Comunicações Sociais,
Dom Claudio María Celli, afirma que as novas tecnologias digitais com suas aplicações
na Internet, que configuram a sociedade atual, devem promover e defender, acima de
tudo, a natureza e dignidade do ser humano, assegurando seu adequado desenvolvimento
através da comunicação real, da verdadeira amizade e do diálogo honesto.
Num
artigo publicado no jornal vaticano L'Osservatore Romano, o arcebispo ressalta como
o mundo digital muda cada vez mais e incide na forma com a qual se configuram as relações
humanas. Diante dessa realidade, que levou o Papa a chamar os jovens, “geração digital”,
- diz o prelado -, é preciso reconhecer que “essas tecnologias são um dom para a humanidade,
mas essas vantagens devem estar ao mesmo tempo ao serviço de todos os seres humanos
e de toda a comunidade”.
Depois de comentar que essas realidades possuem “grandes
possibilidades e grandes limites”, Dom Celli afirma que quando o Santo Padre “expressa
sua avaliação positiva pelas novas tecnologias não é ingênuo, pois não se esquece
das dificuldades e problemas que as mesmas podem criar”.
Depois de relatar
uma experiência recente na Islândia onde durante uma reunião de leigos do Conselho
da Europa os participantes se perguntavam o que se deve fazer para proteger as crianças
dos perigos da Internet, Dom Celli explica três aspectos fundamentais que devem ser
levados em consideração para viver uma adequada “cultura da comunicação”, a partir
da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais.
A primeira
referência “é o valor da pessoa humana. O Papa não é ingênuo sobre essa questão e
sabe perfeitamente que muitas coisas circulam nas grandes redes da comunicação. Por
isso diz que se deve tomar cuidado com palavras e imagens degradantes para o ser humano.
Deve-se bloquear a entrada a tudo aquilo que alimenta o ódio e a intolerância, e que
agride a beleza e a intimidade da sexualidade humana”.
A segunda dimensão
é o diálogo. “O diálogo entre pessoas de países, culturas e religiões diferentes.
Um diálogo que não é certamente um esconder quem sou, porque não seria isso algo respeitoso
para com a pessoa com quem dialogamos. Mas é um diálogo atento e respeitoso que busca
sinceramente a verdade”, destacou o prelado.
Ao falar da terceira dimensão
da mensagem, a amizade, o arcebispo Celli, explica que “no novo vocabulário das redes
digitais é um termo que se usa facilmente”. O Arcebispo se referiu então à presença
de Bento XVI no Youtube e indicou que “o Papa deseja estar presente em um diálogo
respeitoso com todos”. “Nossas amizades crescem em nosso caminhar como seres humanos.
Não podemos banalizar o conceito de amizade porque é uma das maiores riquezas que
o ser humano pode dispor”, concluiu. (SP)