2009-08-08 12:16:30

CIMI LAMENTA SITUAÇÃO DOS GUARANI. NO MÉXICO, RECORDADO MASSACRE DE ACTEAL


Brasília, 08 ago (RV) - A decisão do desembargador Luiz Stefanini, do TRF (Tribunal Regional Federal) da 3ª Região, de suspender as vistorias de novas áreas indígenas no Mato Grosso do Sul deixou o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) desiludido. Após um ano de atraso, os Guarani esperavam ansiosos pelo retomada dos trabalhos.

A entidade ligada à Igreja Católica difundiu nota oficial, alertando que o adiamento dos estudos antropológicos agrava a situação dos índios, que aguardam pela demarcação de novas áreas.

“Enquanto não se decide sobre os estudos de identificação, os guarani-kaiowá continuam a sobreviver em barracos à beira de estradas ou confinados em pequenas terras” - afirma o Cimi, segundo o qual, a situação dos índios guarani é “angustiante”.

Como exemplo, o Conselho cita a situação de 36 famílias que ocupam parte da fazenda Santo Antonio de Nova Esperança, no município de Rio Brilhante: “Acampadas num pedaço de sua terra tradicional, vivem na iminência de um despejo” - afirma a nota.

O Cimi também responsabiliza o governador André Puccinelli (PMDB) pela suspensão das vistorias. “A ‘pressão’ do governador de outros políticos do Estado e de fazendeiros sobre o Ministério da Justiça conseguiu suspender os estudos até o início deste ano, quando foram publicadas novas instruções normativas para o trabalho técnico”.

Na nota, o Cimi afirma que os levantamentos chegaram a ser iniciados no dia 1º de agosto do ano passado, e foram suspensos depois que integrantes do grupo técnico de identificação da Funai teriam sido ameaçados por pistoleiros numa estrada da região sul do Estado.

Sem dúvida o tema estará na pauta da 29ª Assembleia Regional, que tem início segunda-feira. O encontro anual do Conselho Indigenista Missionário terá como tema: “Mudanças Culturais na vida dos Povos Indígenas!”. São aguardados missionários das oito equipes do regional.
Representantes dos povos indígenas (Tembé, Kayapó, Borari e Guarani) explicarão as mudanças que ocorrem nas aldeias e como a Igreja pode se preparar para enfrentar os novos desafios do trabalho junto aos povos indígenas.

Também no México, os indígenas se manifestam: a Organização da Sociedade Civil Las Abejas da Comunidade de Acteal, município de Chenalhó, Chiapas, realiza, segunda e terça-feira, as Jornadas de Ação pela Verdade e Justiça "Acteal, 11 anos de impunidade. Uma nova ação para encobrir o crime de Estado". O evento terá lugar na cidade de San Cristóbal de las Casas, em Chiapas.

O objetivo da jornada é denunciar a impunidade no julgamento do Massacre de Acteal (22 de dezembro de 1997), quando paramilitares mataram 45 indígenas tsotsiles que estavam rezando numa igreja na localidade de Acteal.

Entre as vítimas contavam-se dezesseis crianças e adolescentes, vinte mulheres (algumas presumivelmente grávidas) e nove homens adultos. (CM)







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