2009-08-07 12:34:45

PRIMEIRO MÊS DA "CARITAS IN VERITATE"


Cidade do Vaticano, 07 ago (RV) - Precisamente um mês atrás, após uma longa espera, foi publicada a terceira encíclica de Bento XVI, “Caritas in veritate”, já definida por muitos como a encíclica social do papa. O importante documento foi publicado 20 meses depois da precedente encíclica, “Spe salvi” (30 de novembro de 2007), e a três anos e seis meses da primeira, “Deus caritas est” (25 de dezembro de 2005). Um primeiro balanço, até o momento tentado por poucos, poderia se referir à profunda ligação entre esses três textos pontifícios conectados entres si por quatro realidades inseparáveis: Deus, Amor, Verdade e Esperança. Esses são também os temas mais recorrentes e visíveis no magistério do Santo Padre desde o dia da sua eleição em 19 de abril de 2005.

Permanecendo, porém, no âmbito da “Caritas in veritate”, em particular, da sua difusão e divulgação na imprensa, sobretudo digital, se podem relevar diversos dados de grande importância. O primeiro diz respeito à indiscutível acolhida que a encíclica teve: em 30 dias, através da internet, em cinco línguas (italiano, francês, espanhol, inglês e português), segundo os dados monitorados pela Rádio Vaticano, foram publicados mais de 4.300 artigos e se se acrescentam os dados do “Meltwater Group”, que dizem respeito a outras línguas, os artigos são mais de 6 mil. Obviamente a “receptividade” da encíclica varia de continente a continente e, em boa parte, depende muito do grau de desenvolvimento das tecnologias informáticas e dos modos muitas vezes diversos de comunicar.

Em muitas nações a encíclica esteve por pelo menos duas semanas em primeiro lugar, ou em certas realidades, nos três primeiros lugares dos textos mais vendidos na livrarias; recordamos que o documento desde o momento em que foi apresentado no Vaticano, se encontrava disponível em diversas línguas nos sites dos principais jornais online, nos sites das Conferências Episcopais, nos sites católicos ou em centenas de blogs. A esse propósito deve-se observar que a “Caritas in veritate” é, em absoluto, a primeira encíclica a fazer as contas com o “social-network”, fenômeno digital que explodiu nos últimos dois anos; e não há dúvida de que a mesma superou a prova egregiamente.

As reações à encíclica desde o primeiro dia foram numerosas e variadas. Em primeiro lugar tomaram a palavra os agentes da informação, jornalistas e peritos em questões vaticanas ou em matérias econômicas e sociais. Em geral, os pareceres dados foram muito positivos e numerosos artigos ilustrativos ofereceram sínteses muito bem feitas apesar da dificuldade do texto.

Depois chegaram os primeiros comentários e opiniões de políticos, muitas vezes expressos em sedes institucionais. No âmbito do que uma vez o cardeal Joseph Ratzinger chamou de “diálogo entre Igreja e Economia” neste último mês foram importantes e abundantes os comentários e análises por parte de estudiosos das ciências econômicas, dos sociológicos e antropólogos, e todos sublinhando a grande sintonia e simpatia pelo fundamento antropológico que Bento XVI “reivindica” para cada processo de desenvolvimento integral e sustentável.

Do articulado mundo católico, e mais em geral dos cristãos, chegaram não somente gratidão e apoio ao Santo Padre pelo dom da encíclica, o que poderia parecer evidente, mas muito mais: uma total sintonia dos fundamentos apresentados pela “Caritas in veritate” que propõe aos fiéis, em particular aos leigos, uma novo “projeto econômico” ancorado nos ensinamentos da Doutrina Social da Igreja.

Segundo o que foi anunciado em diversos países dos vários continentes os próximos meses serão um fecundo período de reflexão sobre as grandes questões que o papa propõe para fazer com que a economia tenha a capacidade de recolocar no seu centro não somente a pessoa e a sua dignidade, mas também a dimensão ética. (SP)







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