MISSA TRIDENTINA: SANTA SÉ DIZ QUE BISPOS DEVEM SEGUIR INDICAÇÕES DO PAPA
Cidade do Vaticano, 07 ago (RV) - O novo secretário da Pontifícia Comissão
Ecclesia Dei, Dom Guido Pozzo – uma das peças-chave do Vaticano para o diálogo
com os lèfebvrianos − escreveu uma carta a respeito das indicações dadas por Bento
XVI sobre a celebração da Missa pré-conciliar (Rito de São Pio V), considerando que
os bispos devem "estar em linha com as diretivas" do Motu Proprio Summorum Pontificum.
Bento
XVI permitiu a celebração com o Missal de 1962, precedente à reforma litúrgica feita
pelo Concílio Vaticano II. Esse rito contempla o uso do latim e a posição do sacerdote
no altar (de costas para a assembleia). A decisão do pontífice é universal, o que
significa que a Missa Tridentina pode ser celebrada pelo sacerdote que o desejar,
sem necessidade de autorização hierárquica (licença ou indulto) de um prelado. Os
textos litúrgicos redigidos e promulgados após o Concílio continuam, todavia, a constituir
a forma ordinária e habitual do Rito Romano.
Dom Pozzo chegou à Ecclesia
Dei em julho passado, após as profundas mudanças efetuadas por Bento XVI nesse
organismo da Cúria Romana, agora diretamente ligado à Congregação para a Doutrina
da Fé.
Mostrando-se compreensivo em relação às exigências dos fiéis que pretendem
a celebração no Rito de Pio V, Dom Pozzo lembra também, que não é fácil para os bispos
disporem de padres e igrejas para a celebração no Missal antigo, quando já estão sobrecarregados
com encargos pastorais e afetados pela crise de vocações.
A Ecclesia Dei
é uma comissão que tem por objetivo "facilitar a plena comunhão eclesial" dos fiéis
ligados à Fraternidade São Pio X, fundada pelo bispo tradicionalista Dom Marcel Lèfebvre,
"conservando as suas tradições espirituais e litúrgicas".
Criada por João Paulo
II, em 1988, a comissão quer ser um sinal de comunhão para todos os fiéis católicos
que se sentem vinculados a algumas precedentes formas litúrgicas e disciplinares da
tradição latina, procurando adotar "as medidas necessárias para garantir o respeito
de suas justas aspirações".
O Motu Proprio de Bento XVI sobre a Liturgia Romana
anterior à reforma do Concílio Vaticano II entrou em vigor em 14 de setembro de 2008.
O documento aprova a utilização universal do Missal promulgado pelo bem-aventurado
João XXIII, em 1962, com o Rito de São Pio V, utilizado na Igreja durante séculos.
O
Rito de São Pio V, que a Igreja Católica usava até a reforma litúrgica de 1970 (com
algumas modificações, a última das quais datada de 23 de Junho de 1962) foi substituído
pela Liturgia do Novus Ordo (Novo Ordinário) aprovada como resultado da reforma
litúrgica do Concílio Vaticano II. (AF)