Gojra, 05 ago (RV) – Voltou a calma em Gojra, a pequena cidade paquistanesa,
teatro nos dias passados de um terrível ataque contra a comunidade cristã por parte
de fundamentalistas islâmicos. No momento a polícia está interrogando 200 pessoas
suspeitas de terem participado da onda de violência, que causou a morte de oito civis
inocentes, entre os quais uma criança de 7 anos. Por sua vez, o Conselho Mundial das
Igrejas pediu às autoridades do Paquistão que se empenhem em proteger a minoria cristã.
Falando
à Rádio Vaticana o arcebispo de Lahore, Dom Lawrence John Saldanha deu o seu testemunho
afirmando que devido ao fato “de que o Islã foi definido como a única religião, nós
cristãos, somos tratados como cidadãos de segunda categoria dentro do nosso próprio
país. “Por isso, ciclicamente, somos objetos de ataques por parte de forças extremistas”,
sublinhou.
Apesar de muitos muçulmanos serem moderados pela sua mesma natureza,
Dom Saldanha disse que, porém, existem extremistas que insistem no fato de que o Islã
deve ser predominante em toda a sociedade e que a Shariá deve ser a única lei válida.
“Por isso nos encontramos como cidadãos de segunda categoria”. “De tanto em tanto,
- continua o arcebispo de Lahore - vem à tona a lei sobre a blasfêmia e aplicada a
nós: essa lei é utilizada de modo indigno, tanto é verdade que muitas vezes somos
acusados de ter dito ou feito algo contra o Alcorão, e isso coloca em agitação o povo
que começa a agredir e a perpetrar atos de violência”, concluiu. (SP)