Bujumbura, 05 ago (RV) - Os bispos do Burundi pedem para o país “uma lei eleitoral
que preserve a paz, a transparência e um voto sem fraudes”. Os prelados estão preocupados
com o clima tenso em vista das eleições gerais previstas para o próximo ano. “Tememos
que a população não possa ser totalmente livre para expressar as suas escolhas, considerando
os atos de intimidação que já sofreram e o grande número de armas que ainda circulam
ilegalmente no país” escrevem os bispos em uma carta pastoral divulgada em todas as
paróquias burundinesas.
Os líderes religiosos católicos convidam os cidadãos
a “se perguntarem se os políticos eleitos em 2005 mantiveram as promessas eleitorais,
em particular no âmbito dos direitos humanos, da segurança, da administração do bem
comum...”. O debate sobre o novo código eleitoral movimentou muito o conselho de ministros
do país nas últimas semanas: cinco ministros da Frente para a Democracia no Burundi
(Frodebu, na oposição) entregaram suas demissões em sinal de protesto contra um texto
que, afirmam, favorece somente o partido presidencial; do mesmo parecer são as demais
formações políticas e parte da sociedade civil.
Após os acordos de paz de Arusha
(2000) e um período de transição, em 2005 foi democraticamente eleito à presidência
Pierre Nkurunziza do Conselho Nacional para a Defesa da Democracia e das Forças para
a Defesa da Democracia (Cndd-Fdd), principal ramo da rebelião armada transformado
em partido político. (SP)