GANHADORES DO NOBEL ASSINAM CARTA DE APOIO A DISSIDENTES IRANIANOS
Washington, 04 ago (RV) - O prêmio Nobel da Paz Elie Wiesel e outros 44 laureados,
entre eles o arcebispo anglicano sul-africano, Dr. Desmond Tutu, publicaram, nesta
segunda-feira, uma carta aberta endereçada a Shirin Ebadi e aos demais dissidentes
iranianos, conclamando-os "a não perderem a esperança" depois das questionadas eleições
presidenciais de 12 de junho no Irã.
Na carta, pedem a Shirin Ebadi, que foi
agraciada com Nobel da Paz em 2003, por suas ações a favor dos direitos humanos no
Irã, e a todos os opositores do presidente Mahumud Ahmadinejad "a não se sentirem
abandonados".
"Nós, os signatários deste documento, condenamos firmemente as
flagrantes violações dos direitos humanos que ocorreram depois das eleições presidenciais
no Irã" − escrevem os cientistas e intelectuais, na carta aberta que ocupa uma página
inteira do The New York Times e da edição internacional do International Herald Tribune.
O
encarte foi financiado pela Fundação Elie Wiesel, com sede em Nova York.
Elie
Wiesel, prêmio Nobel da Paz-1986, disse à AFP que esse gesto tem como objetivo "tranquilizar
os que se opõem à ditadura (iraniana) para que não se sintam abandonados. Para mim,
a pior das torturas é a de me sentir abandonado" – disse ele.
Para Wiesel,
o "Irã é uma ditadura (...). E sob uma ditadura, sempre dou privilégio às vítimas"
– sublinhou.
Wiesel, que sobreviveu ao Holocausto, disse que não entrou em
contacto com Shirin Ebadi, por "temor de represálias" contra ela.
Entre os
signatários da carta estão o escritor nigeriano Wole Soyinka, prêmio Nobel de Literatura-1986,
e a irlandesa, Betty Williams, prêmio Nobel da Paz-1976. (AF)