2009-08-01 12:52:25

VATICANO: "RU-486 É VENENO"


Cidade do Vaticano, 1º ago (RV) - Apesar dos protestos da Igreja, a Agência Italiana dos Fármacos (Aifa) autorizou quinta-feira o uso da pílula abortiva no país.

Desde 1978, o aborto é legal na Itália nos primeiros 90 dias de gestação, sem necessidade de justificativa, ou até a 24ª semana, caso haja malformação fetal ou risco à vida da mãe. Por lei, todos os abortos devem ser praticados em um hospital.

Desenvolvida na década de 1980 na França, a substância mifepristone, ou RU-486, é hoje comercializada livremente nos EUA e em quase toda a União Europeia, exceto em Portugal e Irlanda.

Usada para interromper gestações de até 49 dias, a pílula RU486 permite que a mulher evite um aborto cirúrgico, pois faz com que o embrião se descole da parede uterina e seja expulso.

A Aifa estipulou que a pílula só pode ser administrada em hospitais, mas segundo muitos, há o risco de que com a liberação, algumas mulheres abortem em casa, sem assistência médica.

Para o Vaticano, não há diferença entre a pílula e o aborto cirúrgico: “Haverá excomunhão para o médico, a mulher e para quem quer que estimule seu uso” - disse Dom Elio Sgreccia, presidente emérito da Pontifícia Academia para a Vida., acrescentando que o RU-486 “não é um medicamento, mas um veneno mortal”.

“Primeiro, o aborto foi legalizado para que deixasse de ser clandestino, mas agora os médicos estão lavando suas mãos e transferindo o ônus da consciência para as mulheres” - afirmou aos jornalistas.

“A Igreja não pode assistir de forma passiva ao que está acontecendo na sociedade” – opina Dom Rino Fisichella, atual presidente da Pontifícia Academia, em um artigo publicado na primeira página de ontem do jornal do Vaticano, L'Osservatore Romano.

“Trata-se de uma verdadeira técnica abortiva” – afirma, explicando que “o fármaco elimina uma vida humana plena, responsabilidade que ninguém pode se permitir assumir sem conhecer suas conseqüências”.

“O aborto em si suprime uma vida humana; uma vida que, embora seja visível apenas através de máquinas, tem a mesma dignidade de qualquer pessoa” - escreve Dom Fisichella.

Segundo a vice-secretária do Ministério da Saúde, Eugenia Roccella, vinte e nove mulheres morreram no mundo pelo consumo da pílula Ru486 desde que é comercializada. Roncella explicou que as mortes foram causadas pelos efeitos colaterais do fármaco. (CM)







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