Cidade do Vaticano, 31 jul (RV) - Inácio de Loyola, basco de nascimento, passou
seus primeiros trinta anos freqüentando cortes e servindo reis e príncipes. Sua atenção
esteve sempre voltada para conquistas femininas e lutas armadas. Em uma dessas, quando
defendia Pamplona do ataque francês, teve seu joelho atingido por um fragmento de
bala de canhão. Com isso, a derrota se tornou evidente e Inácio foi levado para sua
casa.
Durante o tempo de convalescença pediu à sua cunhada livros de cavalaria.
Como não os encontrasse, mas sim apenas o da Vida de Jesus e o da Vida dos Santos,
ele os leu.
Nos intervalos dessas leituras, ele aproveitava para fazer devaneios.
Quando se imaginava nas cortes européias, conquistando mulheres ou travando alguma
batalha, sentia-se bem e contente, mas logo depois, vinha um grande vazio. Quando
se imaginava vivendo a pobreza de São Francisco de Assis ou pregando o Evangelho como
São Domingos, também ficava feliz, só que essa felicidade e alegria permaneciam por
longo tempo. Usando sua inteligência, Inácio foi percebendo que Deus o convidava
a mudar de vida e que a derrota de Pamplona não foi um fato qualquer, mas a ocasião
facilitadora para um reencontro com o sentido da vida.
Após uma vigília na
abadia beneditina de Montserrat, diante da imagem da Virgem Maria, fez sua confissão
geral e desceu para viver nas grutas de Manresa. Lá passou onze meses fazendo orações
e tendo experiências místicas que depois, registradas no papel, tiveram o nome de
Exercícios Espirituais.
Mais tarde, em Paris, Inácio reuniu um grupo de estudantes
da Sorbonne e após um tempo fizeram o voto de consagração a Deus em Montmartre. Anos
depois, esse mesmo grupo fez os votos religiosos em Roma, diante do quadro de Maria,
Saúde do Povo Romano, na Basílica de São Paulo Fora dos Muros.
Esse grupo
fundou a Companhia de Jesus, Ordem que colaborou para a restauração católica no século
XVI e para a renovação missionária da Igreja.
Inácio de Loyola tem uma grande
ligação com a evangelização do Brasil. Devemos a ele o envio dos primeiros jesuítas
à nossa terra, ou seja, os primeiros missionários que vieram com um plano de ação
evangelizadora.
Inácio morreu em Roma em 1556 e está sepultado na Igreja do
Gesù, sob o altar a ele dedicado. (CAS)
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