SANTA SÉ: LÍDERES RELIGIOSOS DESEMPENHAM PAPEL FUNDAMENTAL CONTRA CRIMES DE GUERRA
Nova Iorque, 29 jul (RV) - O observador permanente da Santa Sé na ONU, em Nova
Iorque, Dom Celestino Migliore, participou ontem do debate, na sede do organismo,
sobre a proteção dos povos diante de genocídios, crimes de guerra, limpeza étnica
e crimes contra a humanidade.
Em seu pronunciamento, Dom Migliore citou o
Acordo assinado na ONU quatro anos atrás por líderes mundiais, em que afirmam a responsabilidade
de todas as nações e da comunidade internacional em proteger os povos, dos crimes
contra a humanidade.
Neste documento, esta responsabilidade é guiada por três
elementos: primeiro, a responsabilidade de todo Estado em proteger sua população contra
esses crimes; segundo, a responsabilidade da comunidade internacional de ajudar os
Estados a exercerem essa responsabilidade primária; e terceiro, a responsabilidade
da comunidade internacional de intervir quando um Estado não é capaz de exercer sua
autoridade.
O arcebispo afirmou que as políticas nacionais de inclusão e proteção
das minorias religiosas, raciais e étnicas permanecem a peça-chave para um maior diálogo
e concórdia entre os povos.
Todavia, recordou Dom Migliore, ao papel de instituições
nacionais e internacionais de promover a paz, se acrescenta o papel desempenhado pelos
líderes religiosos: "Com frequência, em muitas regiões do mundo, intolerâncias étnicas,
raciais e religiosas promovem e aumentam a violência. Este uso da religião corrompe
a fé e os povos, e os líderes religiosos são chamados a responderem a essa prática.
"A fé deve ser vista como um motivo para estar juntos, e não de divisão".
Por
fim, o arcebispo fez votos de que os termos do Acordo possam ser plenamente aplicados,
para que as futuras gerações estejam livres da agonia que o genocídio, os crimes de
guerra, a limpeza étnica e os crimes contra a humanidade causaram em todo o mundo.
(BF)