VIETNÃ: MANIFESTAÇÕES DE CATÓLICOS

Tam Toa, 28 jul (RV) - Meio milhão de católicos vietnamitas saíram às ruas de suas cidades para protestar contra as violências perpetradas pela polícia contra centenas de fiéis no último dia 20 de julho, nas proximidades da ruína da igreja de Tam Toa.

A diocese de Vinh, 300 km ao sul de Hanói, e outras limítrofes organizaram 19 cortejos, para pedir a imediata libertação dos fiéis que foram surrados e detidos pelos policias de Tam Toa. Cerca de 170 sacerdotes e 420 religiosas guiaram as manifestações de protesto pacíficas que se realizaram contemporaneamente, na manhã de domingo, em diversas localidades das províncias de Nghe An, Ha Tinh e Quang Binh.

Os organizadores afirmam que em alguns lugares se registraram conflitos entre polícia e grupos de manifestantes aos quais as forças de segurança tinham intimado de não sair em cortejo pelas ruas. Apesar das ameaças, os fiéis desfilaram, dando vida a uma manifestação que alguns definem a mais imponente já ocorrida no país por motivos religiosos.

A questão de Tam Toa e as manifestações de domingo aumentam as tensões entre o governo e a comunidade cristã vietnamita ao redor da disputa sobre as propriedades da Igreja confiscadas pelo governo de Hanói. Nhan Dan, o jornal do partido comunista, lançou uma campanha contra os católicos, após os episódios de Tam Toa – quando foram erguidos uma cruz e um altar - acusando-os de “atividade contra-revolucionária, distúrbio da ordem pública e violências contra oficiais públicos em serviço”.

O bispo da diocese de Vinh, em relação ao terreno onde se encontram as ruínas da igreja, centro do contencioso, deu vida a uma queda-de-braço sobre o caso, com as autoridades competentes de Quang Binh, acusando-as de esconder a verdade e de violar a lei.

Numa carta enviada ao governo local, a Igreja de Vinh pede a libertação dos católicos detidos em Tam Toa, socorros médicos aos feridos que foram surrados pela polícia e a restituição da cruz e do material litúrgico - levado pelos fiéis até as ruínas da igreja - e confiscado pela polícia após os conflitos. (SP)