Lisboa, 27 jul (RV) - Nos primeiros seis meses deste ano foram assaltadas,
em Portugal, 58 igrejas católicas: 32 igrejas paroquiais, dois santuários e 24 capelas
ou ermidas. Dezessete roubos a mais do que no mesmo período de 2008: um aumento que
não surpreende as autoridades policiais, mas que causou alguma perplexidade aos responsáveis
pela Igreja Católica.
Fonte do programa "Igreja Segura" da Polícia Judiciária
revelaram que "todos os assaltos ocorridos este ano, em templos religiosos, estão
na linha do pequeno furto, que tem por objetivo único o dinheiro".
O presidente
da Conferência Episcopal Portuguesa, Dom Jorge Ferreira da Costa Ortiga, arcebispo
de Braga, considera que "tem sido feito um grande trabalho em termos de segurança
das igrejas e em tudo o que diz respeito à prevenção dos roubos, razão pela qual este
aumento acaba sendo surpreendente".
"Temos dado indicações aos padres e a outros
responsáveis pelos templos, para que todos os dias seja retirado o dinheiro das caixas
de esmolas, de modo a que se perceba que o assalto não vale a pena. Por outro lado,
temos impulsionado a instalação de sistemas de vigilância" − disse o arcebispo, assegurando
que, "mesmo que tenham aumentado em número, os assaltos não têm permitido o furto
de significativas quantias de dinheiro."
De resto, apesar do muito que tem
sido feito nos últimos anos, em matéria de segurança das igrejas, cerca de um quarto
dos quase 6.500 templos católicos (igrejas, basílicas, santuários e catedrais) existentes
em Portugal não tem nenhum sistema de segurança, alarme ou vídeo-vigilância instalado.
Dos
58 assaltos a templos religiosos ocorridos de janeiro a junho deste ano, 23 foram
no norte; 15, no centro; 9, na Grande Lisboa; e 11, no sul. Ao longo de todo o ano
de 2008, as autoridades registraram 76 assaltos a lugares de culto. (AF)